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A volta de Fernanda Torres, Loloucas e mais estreias teatrais da semana

Além do retorno da atriz em A Casa dos Budas Ditosos, programação tem Fernanda Montenegro lendo texto de Simone de Beauvoir, o sucesso Macacos e outros

Por Kamille Viola
Atualizado em 4 mar 2024, 18h39 - Publicado em 4 mar 2024, 17h20
a imagem mostra a atriz Fernanda Torres, de vestido florido, no palco
A Casa dos Budas Ditosos: atriz faz curta temporada do monólogo no Teatro Multiplan (Luciana Prezia/Divulgação)
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Antes Que Seja Tarde

A relação dos filhos com os pais idosos é o tema do espetáculo solo que marca o retorno da atriz, diretora e roteirista Vânia de Brito ao teatro, após 16 anos. Baseada no livro Cuide dos Pais Antes Que Seja Tarde, de Fabrício Carpinejar, a peça fala do quanto os filhos acabam por negligenciar o cuidado com os pais na velhice. A com adaptação dramatúrgica é assainada por Antonio Januzelli e Rodolfo Amorim, e a direção é de Delson Antunes.

Teatro Vanucci. Shopping da Gávea. Rua Marquês de São Vicente, 52, 3º andar. Qui. e sex., 20h. R$ 50,00 a R$ 100,00. Ingressos pelo Sympla. De 7 de março a 26 de abril.

A Casa dos Budas Ditosos

Fernanda Torres volta aos palcos cariocas com o monólogo, que rendeu à atriz o Prêmio Shell em 2004. Adaptação do romance homônimo de João Ubaldo Ribeiro (1941-2014), o espetáculo traz a atriz como uma mulher baiana de 68 anos libertina que detalha com bom humor as incontáveis experiências sexuais que teve ao longo da vida. A montagem tem direção de Domingos de Oliveira (1936-2019), responsável pela dramaturgia ao lado da própria Fernanda Torres.

Teatro Multiplan. Village Mall. Avenida das Américas, 3900, Barra. Ter. a qui., 20h De R$ 100,00 a R$ 380,00. Ingressos pelo Sympla. De 5 a 27 de março.

A Cerimônia do Adeus

No mês da mulher, Fernanda Montenegro apresenta a leitura dramática de trechos do livro da pensadora francesa Simone de Beauvoir, autora fundamental do feminismo contemporâneo. A adaptação e a direção, assim como a pesquisa e a seleção musical, são da própria atriz. Na obra, Beauvoir baseia-se em seu diário, em depoimentos e em entrevistas para relatar os últimos anos do também filósofo Jean-Paul Sartre (com quem teve um relacionamento por 51 anos, até a morte dele, em 1980) e abordar as reflexões dele acerca da velhice, da morte e de outros temas importantes em sua trajetória.

Teatro Prio. Jockey Club. Avenida Bartolomeu Mitre, 1110-B, Leblon. Sex. e sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 60,00 a R$ 120,00. Ingressos pelo Sympla. De 8 a 31 de março.

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Claustrofobia 

Com texto de Rogério Corrêa e direção de César Augusto, o espetáculo transita entre o humor e estranheza ao fazer uma crítica ao isolamento e à alienação da vida urbana atual por meio de três histórias entrelaçadas: um ascensorista, uma executiva e um porteiro — todos interpretados pelo ator Marcio Vito —, em um prédio empresarial de uma metrópole brasileira, que criam um microcosmo das relações humanas e sociais do nosso país.

CCBB. Teatro III. Rua Primeiro de Março, 66, Centro. Qui. a sáb., 19h. Dom., 18h. R$ 15,00 a R$ 30,00. Ingressos pelo site do CCBB. De 7 de março a 15 de abril.

Cora do Rio Vermelho

Idealizado e encenado pela atriz Raquel Penner, o espetáculo inspirado pela poeta e doceira goiana Cora Coralina. Com dramaturgia de Leonardo Simões e direção de Isaac Bernat, o monólogo reúne passagens da vida de Cora e diversos poemas seus, além de músicas populares em gravações de cantoras-atrizes brasileiras como Soraya Ravenle e Cyda Moreno. As sessões são parte da mostra Mostra Mulheres da Palavra — Ana, Cora e Carolina.

Centro Cultural Justiça Federal. Av. Rio Branco, 241, Centro. Sex. a dom., 19h. R$ 15,00 a R$ 40,00. Ingressos na bilheteria. De 8 a 10 de março.

Loloucas

O espetáculo foi escrito por Heloisa Périssé quando chegou aos 50 anos e começou a refletir sobre sua história. Dirigido por Otávio Muller, traz Heloisa e Maria Clara Gueiros, sua amiga há mais de trinta anos, na pele de duas mulheres que vão ao teatro e chegam atrasadas. Ao tentar ir embora, elas vão parar no palco e acabam ganhando a cena, falando, com humor, sobre amigos, realizações, frustrações, sonhos realizados e não realizados, a passagem do tempo e a vida.

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Teatro das Artes. Shopping da Gávea. Rua Marquês de São Vicente, 52, 2º piso. Sex. e sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 45,00 a R$ 90,00. Ingressos pelo Divertix. De 8 a 31 de março.

A Maçã

O mágico William Seven mistura teatro e ilusionismo no espetáculo, escrito e dirigido por ele e por Salma Hernandez. Na trama, Seven interpreta Nicolau Souberdes, um ator idoso que sofre de Alzheimer. Outrora um artista de grande prestígo, ele está fora de cena, é desprezado pelo público e frequentemente se vê confuso e desorientado. O ilusionismo é utilizado para fazer as coisas coisas à volta do artista sumirem e reaparecerem, como em um passe de mágica.

Mezanino. Sesc Copacabana. Rua a Domingos Ferreira, 160. Qui. a dom., 20h30. R$ 7,50 a R$ 30,00. De 7 a 31 de março (a sessão que seria dia 17 acontece no dia 27).

Macacos

Escrito, dirigido e interpretado por Clayton Nascimento, que levou o Prêmio Shell de melhor ator pelo espetáculo, Macacos, da Cia do Sal, traz a reflexão de homem negro a partir da palavra macaco, usada como xingamento ao povo negro. Em cena, ele aborda episódios da história do país, situações ocorridas com personalidades negras, como Elza Soares e Machado de Assis, até chegar aos relatos e estatísticas das mães e famílias dos jovens negros presos ou executados pela polícia no Brasil de 1500 até 2021.

Teatro Riachuelo. Rua do Passeio, 38/40, Centro. Sex. e sáb., 20h. Dom., 17h. R$ 17,50 a R$ 120,00. Ingressos pelo Sympla. De 9 a 24 de março.

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Mãe Baiana

Segundo espetáculo da trilogia Matriarcas — Da Obra de Helena Theodoro, a peça trata da relação de uma avó (Dja Marthins) e uma neta (Luiza Loroza) que têm de lidar com um luto recente. A perda faz com que essas duas mulheres mergulhem em suas lembranças, descobertas, afetos e traz à tona toda a força da mulher negra. O arguento é de Helena Theodoro; o texto, de Thaís Pontes e Renata Andrade, e a direção, deLuiz Antonio Pilar.

CCBB. Teatro II. Rua Primeiro de Março, 66, Centro. Qui. a sáb., 19h. Dom., 18h. R$ Ingressos pelo site do CCBB.

Marwem HD

Sob a direção de Patrícia Vilela, o ator Marcelo Jorge interpreta o personagem-título, um comediante que traz em seu repertório personagens cômicos, entre cantoras de funk e líricas, vendedoras de produtos inusitados e polêmicos, a popstar Madonna, personagens de reality shows e de novelas mexicanas, além de interpretar canções de artistas como Doris Day, Angela Maria, Maria Callas, Nat King Cole, Julie Andrews, Bizet e Sarita Montiel.

Teatro Glauce Rocha. Avenida Rio Branco, 179, Centro. Qua. e qui., 19h30. R$ 20,00 a R$ 40,00. Ingressos pelo Sympla. De 6 a 28 de março.

Não Sou Harvey — O Desafio das Cabeças Trocadas

Comemorando vinte anos, a Cia dos Inquietos faz sua primeira temporada no Rio. Idealizado e interpretado por Ed Moraes e escrito e dirigido por Michelle Ferreira, o espetáculo solo é inspirado no ativista Harvey Milk (1930-1978), primeiro político dos Estados Unidos a se assumir gay. Na trama, um ator que aceitou viver Milk no teatro percorrerá uma trajetória que vai do Brasil colonial até os EUA de 1978, tentando provar uma tese sobre o assassinato do ativista.

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Teatro Café Pequeno. Av. Ataulfo de Paiva, 269, Leblon. Sex. e sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 25,00 a R$ 50,00. Ingressos pelo Rio Cultura. De 8 a 31 de março. 

Ser Artista

Baseado no livro de mesmo nome, de Marcus Montenegro e Arnaldo Bloch, o espetáculo é inspirado na trajetória do agente Marcus Montenegro (vivido por Anderson Muller) e fala de seus encontros com grandes atrizes (todas interpretadas por Leona Cavalli), falando um pouco sobre suas vidas, não só das carreiras, mas também de seus amores, desejos, medos e desafios. O espetáculo tem texto de Marcus Montenegro e Regiana Antonini e direção-geral de Beth Goulart.

Teatro dos Quatro. Shopping da Gávea. Rua Marquês de São Vicente, 52, 2º andar. Qua. e qui., 20h. R$ 40,00 a R$ 80,00. Ingressos pelo Sympla. De 6 a 28 de março.

Serragem & Sonhos

Com direção e adaptação de Marcelo Morato, o espetáculo, inédito, foi escrito a partir de de dois textos do premiado autor pernambucano Newton Moreno: Maria do Caritó e As Centenárias. Maria do Caritó é uma mulher que vive em uma pequena cidade do interior do Nordeste que, ao nascer, foi prometida por seu pai a um santo chamado São Djalminha. Por isso, nunca conheceu o amor de um homem, apesar das inúmeras simpatias feitas a Santo Antônio para se casar. Às vésperas de completar 40 anos, um circo chega à sua cidade e, segundo uma cartomante, ele traz o amor de sua vida.

Teatro Glauce Rocha. Avenida Rio Branco, 179, Centro. Qua. e qui., 19h. R$ 25,00 a R$ 50,00. Ingressos pelo Sympla. De 06 a 28 de março

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