A versão brasileira de Uma Babá Quase Perfeita e mais estreias teatrais
Programação traz ainda Dois Contra o Mundo, espetáculo inédito de Domingos Oliveira, e a nova montagem de A Dona da História, entre outras peças
Alaska
Dirigido por Rodrigo Pandolfo, que também está em cena, ao lado de Louise D’Tuani, a montagem é uma inédita adaptação brasileira de Brilliant Traces, texto da americana Cindy Lou Johnson. O drama se passa no estado do Alaska, durante uma nevasca, quando Henry, um homem solitário, é surpreendido por uma insistente batida em sua porta. Ele se depara com uma desconhecida: Rosannah, vestida de noiva e desesperada, que se instala dentro da cabana. Enquanto os personagens embaralham o que é verdade e o que é ilusão, os atores acompanhados pelos bailarinos Alexandre Maïa e Tayson Pio, que trazem uma linguagem de universo fantástico ao espetáculo.
Teatro Poeira. Rua São João Batista, 104, Botafogo. Qui. a sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 30,00 a R$ 80,00. Ingressos pelo Sympla. Ensaios abertos: 3 a 6 de outubro. De 3 de outubro a 15 de dezembro.
Uma Babá Quase Perfeita
Eduardo Sterblitch encarna nos palcos o personagem que foi de Robin Williams no musical, na versão brasileira com direção de Tadeu Aguiar. Na trama, Daniel Hillard (Sterblitch) é um ator desempregado que, impedido pela justiça de ver os filhos, encontra uma solução para não ficar longe deles: ele se disfarça de Euphegenia Doubtfire, uma senhora idosa, e consegue ser contratado pela ex-mulher para ser babá das crianças. Enquanto cuida delas, ele aprende importantes lições sobre paternidade e responsabilidade.
Teatro Multiplan. Village Mall, Barra. Qua. a sex., 20h. Sáb., 16h e 21h. Dom., 16h e 20h30. R$ 19,80 a R$ 350,00. Ingressos pelo Sympla. De 3 de outubro a 24 de novembro.
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Caminho 22
Com direção de Leona Cavalli e texto de Jaqueline Roversi, a peça conta a história do psiquiatra Uli (Manoel Madeira), um homem machista e abusivo, que é abandonado simultaneamente pela esposa, Pen (Jaqueline Roversi), grávida, e por Dai (Jordana Korich), sua paciente mais antiga. ai abre um espaço terapêutico chamado Caminho 22, e a Pen recorre ao local, em busca de alento para suas angústias. Na tentativa de resgatar a esposa, Uli, contrariado, entra no espaço, onde acaba revisitando memórias perdidas da infância e enxergando a chance de mudar a própria vida.
Teatro Dulcina. Rua Alcindo Guanabara, 17, Centro. Qui. a sáb., 19h. Dom., 18h. R$ 15,00 a R$ 40,00. Ingressos pelo Sympla. De 4 a 27 de outubro.
As Cosquinhas ou a Dança da Raiva
Na montagem brasileira do texto autobiográfico da francesa Andréa Bescond, sob a direção de Lisa Eras, Juliana Trimer dá vida à bailarina Odette, que, durante uma sessão de terapia, mergulha nas próprias memórias e percebe a dança lhe ajudou a ressignificar um abuso sexual sofrido na infância, em uma profunda jornada de superação. Em cena, a atriz também interpreta outras cinco personagens que se revezam entre as lembranças da protagonista.
Sesc Tijuca. Teatro II. Rua Barão de Mesquita, 539. Qui. sáb., 19h. Dom., 18h. R$ 7,50 a R$ 30,00. De 3 de outubro a 3 de novembro (exceto dias 24 a 27 de outubro). Ingressos somente na bilheteria.
Detentos
Com texto e direção de Francis Mayer, o espetáculo propõe uma reflexão sobre temas como violência urbana, dificuldade de reabilitação de presos e a opressão dentro dos presídios. A trama se passa em uma cela, onde cinco homens presos disputam o poder e articulam uma fuga durante uma rebelião anunciada. Tudo muda, no entanto, quando um jovem de classe média, preso por homicídio, é confinado no mesmo espaço, transformando o ambiente.
Cine Teatro Joia. Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 680. Sex., 19h. R$ 40,00 a R$ 80,00. Ingressos pelo Sympla.
Dois Amores e Um Bicho
Com texto do venezuelano Gustavo Ott, a peça dirigida por Danielle Martins de Farias parte do assassinato de um cão por seu dono, que comete o crime por acreditar que o animal é homossexual. Paralelamente, a trama constrói um amplo panorama da violência na sociedade em suas mais variadas formas e sua banalização, buscando, assim, discutir temas como o preconceito à homossexualidade e as atitudes fascistas do cotidiano, que levam a uma cultura da violência e sua espetacularização pela mídia.
Sesc Ramos. Rua Teixeira Franco, 38. Qui. (3), 19h. R$ 5,00 a R$ 10,00. Ingressos somente na bilheteria.
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Dois Contra o Mundo
A comédia romântica inédita de Domingos Oliveira (1936-2019) chega aos palcos com direção de Renata Paschoal, e trazendo Priscilla Rozenbaum, sua companheira e protagonista de várias de suas obras, no elenco. Em cena, Gi (Priscilla), uma advogada bem-sucedida de São Paulo, que após sofrer uma decepção no casamento de quase 40 anos, decide se mudar para o Rio de Janeiro. Na cidade, ela conhece o ator e professor de teatro Cadu (Marcio Vito). Mesmo com suas diferenças, eles vivem uma surpreendente história de amor.
Teatro Domingos Oliveira. Planetário. Avenida Padre Leonel Franca, 240, Gávea. Qui. a sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 20,00 a R$ 40,00. Ingressos pelo Rio Cultura. De 4 a 20 de outubro (exceto dia 6 de outubro).
A Dona da História
Juliana Martins e Maitê Padilha assumem nos papéis que foram de Marieta Severo e Andréa Beltrão na bem-sucedida montagem original do espetáculo de João Falcão, há 27 anos. Com direção de Heitor Martinez. Na comédia, uma mulher de meia-idade em crise encontra sua versão 35 anos mais jovem. A partir disso, em um jogo entre passado e presente, expectativa e realidade, ela consegue reinventar sua história por meio de diversas outras possibilidades.
Teatro Candido Mendes. Rua Joana Angélica, 63, Ipanema. Sex. a dom., 20h. R$ 40,00 a R$ 80,00. Ingressos pelo Sympla. De 4 a 27 de outubro.
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Eu Não Vou Deixar Minha História Morrer
Inspirada na história real da sérvia Nevena Mitić, sobrevivente do tráfico de mulheres, a performance traz a própria Nevena, sob a direção de Eveline Costa, que saiu de casa aos 21 anos para fugir da pobreza e acabou sendo forçada a se prostituir na Holanda. Com a ajuda de um cliente, ela conseguiu fugir para o Rio de Janeiro, onde encontrou refúgio por 20 anos. A obra é composta por seis cenas curtas, intensas e sem diálogos, que utilizam ações corporais para retratar a vida de Nevena desde a infância até sua libertação. Ao final, acontece um debate, com a psicanalista Teresa Rocha e as psiquiatras Maria Tavares Cavalcanti e Natália Mota.
Teatro Cacilda Becker. Rua do Catete, 338. Qui. (3) e sex. (4), 19h. R$ 20,00 a R$ 40,00. Ingressos pelo Sympla. Únicas apresentações.
Instruções para Descer uma Escada
Inspirada nas anotações feitas por Regina Gutman durante a pandemia da Covid-19, a peça mistura memórias e ficção para falar da trajetória da atriz. Aos 80 anos, ela revisita suas lembranças e sonhos, enquanto reflete sobre sua paixão pelas artes e o desejo de viver intensamente. Em um contexto de isolamento e indiferença dos vizinhos, sentimentos conflitantes surgem, mas são abordados com leveza e humor. No espetáculo, ela busca refletir sobre longevidade, etarismo e o encontro com novos sentidos para a existência.
Teatro Glauce Rocha. Avenida Rio Branco, 179, Centro. Qua. e qui., 19h. R$ 20,00 a R$ 40,00. Ingressos pelo Sympla. De 3 a 17 de outubro.
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Um Lugar Onde a Vida Acontece
O espetáculo solo da atriz Helena Varvaki marca sua estreia como dramaturga, além de celebrar suas seis décadas de vida. Dirigida por Miwa Yanagizawa, ela interpreta Maria, que está prestes a completar 60 anos. Tentando lidar com esse marco simbólico, ela passeia por suas próprias memórias e as de suas amigas, de forma leve e afetiva, alternando momentos de humor e outros mais reflexivos, em uma peça que é também sobre o tempo.
Teatro Poeirinha. Rua São João Batista, 104, Botafogo. Qui. a sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 40,00 a R$ 80,00. Ingreswsos pelo Sympla. De 3 de outubro a 22 de dezembro.
Maestro Selvagem
Escrita por Miriam Halfim e dirigida por Ary Coslov, a peça mostra a trajetória de Carlos Gomes (1836-1896), um dos maiores compositores de óperas do Brasil, nome respeitado no mundo inteiro, vivido por Luciano Quirino. O espetáculo fala sobre a grandeza das composições do autor de O Guarani — um homem negro em pleno Brasil escravocrata —, sua controversa personalidade e sua tumultuada e surpreendente história.
Centro Cultural Justiça Federal. Avenida Rio Branco 241, Centro. Qui. e sex., 19h. Sáb. e dom., 18h. R$ Sessões extras: dias 11, 17, 18, 24 e 25/10, 16h. R$ 25,00 a R$ 50,00. Ingressos pelo Sympla. De 4 a 27 de outubro.
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Senhor Diretor
Baseado no conto homônimo de Lygia Fagundes Telles (1918-2022), o monólogo traz Analu Prestes na pele da professora aposentada Maria Emília, que passeia pelas ruas de São Paulo no dia de seu aniversário de 62 anos e se choca ao ver a capa de uma revista na banca de jornal com um casal seminu enlaçado, estopim para sua indignação com a sociedade. Ela decide, então, escrever uma carta a um diretor de jornal para expor sua revolta e, à medida que cria o texto mentalmente, seu pensamento se dispersa entre memórias e impressões sobre os acontecimentos à sua volta. A direção é de Silvia Monte.
Espaço Abu. Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 249/loja E. Sex. a dom., 20h. R$ 50,00 a R$ 100,00. Ingressos pelo Sympla. De 4 de outubro a 10 de novembro.