Três perguntas para Michel Melamed
Depois de encenar a Trilogia Brasileira, ator retorna ao gênero que o consagrou
Em Regurgitofagia, você levava choques em cena. Em Dinheiro Grátis, queimou cédulas da plateia. Que surpresa reserva a nova peça? Esta peça está num lugar de vulnerabilidade, em contraste com o lugar de combatividade da anterior. Ainda assim, tem aspectos de humor e drama, além de linguagens que compõem meu trabalho. Venho realizando tentativas de desenvolvimento cênico para criar possibilidades ao público de estabelecer o que está acontecendo.
A peça trata de autoficção. Também há algo de autobiográfico no que é dito em cena? Sim, mesmo em relação ao que não aconteceu comigo. É uma opção contar aquilo, então a história passa a ser minha. Há coisas que realmente fazem parte do meu passado, mas não convém contar quais são, justamente porque o espetáculo é sobre esse limiar. Autoficção é autobiografia ficcional. É verdade e, ao mesmo tempo, não é.
Como explicar a contradição no título? O espetáculo usa essa ideia como ponto de partida; não me interessam obras persuasivas. Quero gerar interpretações.
› Teatro Sesc Ginástico. Avenida Graça Aranha, 1, Centro. Sexta e sábado, 19h; domingo, 18h. R$ 25,00. Até 25 de junho. A partir de 2 de junho.