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Três obras para conferir na despedida do Museu Casa do Pontal

Exposição Até Logo, Até Já, com duas mil obras do acervo de arte popular brasileira, foi prorrogada até 29 de novembro

Por Marcela Capobianco
11 nov 2020, 12h42

De mudança para um moderno prédio na Barra da Tijuca, o acervo de arte popular do Museu Casa do Pontal, no Recreio, é um dos mais ricos do país. A exposição Até Logo, Até Já, que marca a despedida da icônica sede, que sofre com enchentes e alagamentos, foi prorrogada até o dia 29 de novembro.

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A mostra tem mais de duas mil peças de artistas como Mestre Vitalino e Zé Galdino. VEJA Rio separou três obras que são verdadeiras joias da cultura popular brasileira e que podem ser contempladas na exposição. Confira:

Retirantes, de Mestre Vitalino

Retirantes: obra de Mestre Vitalino é uma síntese do sofrimento do povo nordestino, que para fugir da miséria, migrava para o Sudeste do Brasil (Museu Casa do Pontal/Divulgação)

Vitalino Pereira dos Santos nasceu em 1909, em Caruaru, Pernambuco, começou a esculpir em cerâmica ainda na infância e é um dos expoentes da arte popular. A obra Retirantes, considerada um clássico do gênero, aborda a questão daqueles que, pressionados pela seca, são obrigados a abandonar suas casas, seus bens e seus animais para tentar uma vida melhor em outras regiões do país. A escultura tornou-se emblemática na luta dos sertanejos pobres. No exterior, em 1962, o filme O Pagador de Promessas,  de Anselmo Duarte, ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, na França. O longa projetou internacionalmente a ideia de “sertão”, e colaborou para que a obra Retirantes fosse vista como sua síntese. Esta escultura de pequenas dimensões trata da escassez de tudo. Os corpos das pessoas e dos animais aparecem desanimados e sem forças.

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Bom Dia, de Zé Caboclo

Bom dia: obra de Zé Caboclo inspirou o escritor português ganhador do Nobel José Saramago (Museu Casa do Pontal/Divulgação)

Ao se deparar com esta peça, do pernambucano Zé Caboclo (1921–1973), o escritor português detentor do Prêmio Nobel de Literatura José Saramago foi tomado por uma inspiração e teve a ideia para o livro A Caverna (2001, Cia das Letras), que discute a relação entre o mundo artesanal da olaria e um novo mundo impessoal. José Antônio da Silva, o Zé Caboclo, nasceu no Alto do Moura, vizinho a Caruaru, e contribuiu de maneira decisiva, junto com Vitalino e Manuel Eudócio, seu cunhado, para marcar um estilo na arte dos bonecos de barro daquela região.

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Sinaleiro dos Ventos, de Laurentino

Laurentino: a obra cinética Sinaleiro dos Ventos encanta quem a observa (Museu Casa do Pontal/Divulgação)

À primeira vista, a obra de Laurentino (1937-2009) pode parecer frágil, mas tem uma engenhosidade fascinante. As pás que estão nas mãos do boneco se movimentam a partir do impulso dos ventos, marcando a direção de onde ele vem. Os sinaleiros de ventos são muito usados em regiões costeiras ou nas quais prevalecem casas em vez de edifícios. Eles ajudam a prever as mudanças climáticas, indicando, pela direção do vento, se vai chover ou se a estiagem permanece. Laurentino chamava suas esculturas móveis de papa-ventos. A crítica de arte Lélia Frota usou as expressões universos moventes e engrenagem/bricolagem elétrica para descrever esse tipo de criação.

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Até Logo, Até Já. Museu Casa do Pontal. Estrada do Pontal, 3295, Recreio. Terça a domingo, 9h30 às 17h. Grátis. Neste domingo (15), por causa das eleições, o centro cultural ficará fechado.

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