Solista no concerto de sábado (7) da Orquestra Sinfônica Brasileira, na Cidade das Artes, a soprano carioca Rosana Lamosa homenageia o aniversário do Rio de Janeiro com sua interpretação da obra-prima de Heitor Villa-Lobos: a Bachiana nº 5. A récita marca a abertura da série Rio 450 Anos, que contará com cinco apresentações até julho. O programa ainda incluem as Bachianas 1, 8 e 4. No domingo (8), no mesmo local, a OSB recebe o pianista Jean-Louis Steuerman para completar o ciclo das obras do compositor brasileiro, com as Bachianas 2, 3, 6, 9 e 7. Ambas as apresentações terão a regência do maestro Roberto Minczuk. Confira a seguir um rápido bate-papo com a cantora.
+ Confira aqui a agenda de concertos deste fim de semana, incluindo os dois concertos da OSB
A Bachiana n°5 faz parte da memória afetiva do brasileiro. Como é para você interpretar esta obra?
Eu tenho sempre prazer em cantar a Bachiana n° 5 de Villa -Lobos pois é uma peça de grande desafio para o soprano, que exige muitos recursos vocais. É uma peça que mistura beleza e virtuosismo. Inédito pra mim será cantar na Cidade das Artes, minha estreia nesta casa. Estou curiosa.
O concerto com a interpretação de todo o ciclo das Bachianas é raro de se ver pela complexidade e extensão das obras. O que achou desta iniciativa?
Maravilhosa justamente por dar ao público a oportunidade de ouvir a grandiosidade da música de Villa – Lobos neste ciclo que ilustra de maneira única a genialidade deste compositor.
Na semana do concerto comemora-se, também, o Dia Nacional da Música Clássica. Como você avalia o atual cenário da música de concerto no país?
O que posso observar quando viajo pelo nosso país é que existe uma imensa demanda do público por espetáculos de música clássica, concertos, música de câmara e ópera. O que vejo é que existe ainda muito espaço para mais e mais iniciativas, mais récitas e que o público gostaria de ter mais espetáculos. Hoje temos temporadas importantes em várias cidades do país e muitos concertos estão lotados o que mostra que a música clássica na verdade só precisa receber maior apoio e incentivo tanto das secretarias de cultura como também de patrocinadores.
A apresentação, além de ser a estreia da temporada 2015 da OSB, compõe a série especial Rio 450 anos criada, uma homenagem ao aniversário da cidade. O que deseja para a Cidade Maravilhosa?
Como carioca, eu gostaria de ver nossos teatros e orquestras funcionando a todo vapor com temporadas relevantes e expressivas como uma cidade do porte do Rio de Janeiro deveria ter. Seria muito bom para a nossa cidade mostrar com orgulho, como sabemos fazer com tantas outras manifestações culturais como o samba e o carnaval, que também somos capazes de fazer óperas e concertos de qualidade. Afinal uma das maiores riquezas deste nosso povo está na diversidade, não é?