O Hobbit — A Batalha dos Cinco Exércitos desaponta
Esperava-se mais, muito mais, de Peter Jackson no comando da aventura épica
Peter Jackson deu um truque ao transformar o livro O Hobbit em três (!) extensos longas-metragens. O primeiro, Uma Jornada Inesperada (2012), provava que não havia sentido em desdobrar em três partes uma história curta. Quando estreou A Desolação de Smaug (2013), Jackson, ufa!, encontrou o tom certo entre o humor e a aventura épica. As boas ideias, contudo, se dissolvem no desfecho da saga. O Hobbit — A Batalha dos Cinco Exércitos tem um início bastante promissor, ágil e eletrizante. Expulso da montanha de Erebor, o dragão Smaug espalha seu ódio em labaredas pela Cidade do Lago. Os moradores fogem de suas casas incendiadas e ficam desalojados. Mas um deles, Bard (Luke Evans), consegue derrotar o inimigo, torna-se líder do grupo e vai exigir do rei Thorin (Richard Armitage) parte de seu tesouro para ajudar o povo a se reerguer. Ao lado dos outros anões, Thorin retomou o reino e mostrou a face da ambição desmedida. Caberá ao hobbit Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) fazer justiça. Para preencher mais de duas horas de duração, o realizador usa um recurso manjado: poucos diálogos e muuuitas cenas de batalha. Há alguns conflitos interessantes (sobretudo a mudança de caráter do rei) e um momento final capaz de emocionar os fãs de O Senhor dos Anéis, também inspirado em livro de J.R.R. Tolkien. Até lá, contudo, dá-lhe sequências dispensáveis, só para, como se diz vulgarmente, encher linguiça.✪✪ O Hobbit — A Batalha dos Cinco Exércitos, de Peter Jackson (The Hobbit: The Battle of the Five Armies, EUA/Nova Zelândia, 2014, 144min). 12 anos. Estreou em 11/12/2014.