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Marisa Monte revela ‘perrengues’ de gravar disco à distância

Cantora carioca afirma que, por causa da pandemia, ainda não há planos de subir aos palcos com o novo projeto. "Se tudo der certo, nos veremos em 2022"

Por Marcela Capobianco
2 jul 2021, 13h01
Marisa Monte sentada numa escadinha, na frente de um portão pichado, virada para o lado
Marisa Monte: disco Portas tem canções que se encaixam perfeitamente com os tempos pandêmicos, apesar de terem sido escritas há mais tempo (Leo Aversa/Divulgação)
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Primeiro disco de inéditas de Marisa Monte em dez anos, o álbum Portas chegou às plataformas digitais na noite desta quinta (1º). Não coincidentemente, a data do aniversário da cantora, que completou 54 anos.

Avessa a entrevistas e à recorrente exposição de artistas nas redes sociais, a carioca subverteu a ordem vigente nestes tempos de altos compartilhamentos. Como estratégia, deletou todas as fotos de seu Instagram, transformando o próprio perfil numa grande plataforma de divulgação.

Com parcerias com Marcelo Camelo, Chico Brown, Arnaldo Antunes, Dadi, Pretinho da Serrinha, Pedro Baby, entre outros músicos, Portas segue um conceito forte e bem marcado, que vai dos arranjos à capa, assinada pela artista visual Marcela Cantuária.

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Em novembro do ano passado, com uma equipe pequena, Marisa entrou em estúdio, no Rio, para gravar as primeiras oito bases do disco. Por causa da pandemia, a cantora experimentou os ‘perrengues’ de gravar o álbum remotamente, com peças-chave espalhadas pelo mundo.

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“Minha ideia inicial era viajar e formar uma segunda banda, nos Estados Unidos, mas ficou impossível. Achamos que valia a pena experimentar uma gravação remota. Com coprodução do Arto Lindsay, que trouxe a sua banda, arriscamos gravar duas músicas, Calma e Portas. Eles estavam num estúdio na Rua 37, [em Nova York] e nós no Rio, via zoom”, conta Marisa.

“Para a nossa surpresa, deu muito certo, e então descobrimos um universo de possibilidades e nos deu confiança de seguir com gravações remotas em outras cidades e com outras formações também”, complementa a cantora e compositora.

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O processo seguiu alternando gravações presenciais no Rio, com mais bases, complementos e os arranjos do maestro Arthur Verocai e do trombonista Antonio Neves, e com gravações remotas em Lisboa – arranjos de Marcelo Camelo – e Los Angeles – a voz da jovem cantora Flor, na faixa Pra Melhorar.

“Gravamos ainda remotamente as músicas Vento Sardo, em Madri e Barcelona com Jorge Drexler, que apesar de estar pronta e fazer parte do corpo desse álbum, decidimos lançar a posteriori, como um single, quando pudermos nos encontrar ao vivo”, revela Marisa.

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A mixagem do disco foi feita com engenheiros no Rio, Los Angeles e Nova York e a masterização foi finalizada na Big Apple. “Foi um grande desafio, reinventar métodos de produção e abrir novos caminhos e experimentar num momento tão duro e de tantas incertezas, mas a gente enfrentou as dificuldades com criatividade e o cuidado necessário”, afirma a Tribalista.

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Sobre uma possível turnê, Marisa diz que ainda é difícil fazer planos. “Dependemos da vacina e da maioria da população imunizada. Se tudo der certo em 2022, a gente vai ter a alegria de se encontrar de novo. Comecei minha vida na música com 19 anos e nunca fiquei tanto tempo sem cantar ao vivo e sem encontrar o meu público. Estou sentindo muita falta, não vejo a hora de poder cantar junto”

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