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João Carlos Martins: “Vou diminuir o ritmo e ajudar a ciência”

Aos 85 anos e após operar um câncer, o maestro, que se apresenta no Teatro Casa Grande nesta quarta (13), fala ainda sobre seu projeto de música nas escolas

Por Kamille Viola
12 ago 2025, 14h56
João-Carlos-Martins
João Carlos Martins: maestro apresenta concerto gratuito nesta quarta (13) (Claudio Alves - Speed Comunica/Divulgação)
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Aos 85 anos, o maestro João Carlos Martins resolveu diminuir um pouco o ritmo. Em maio deste ano, ele anunciou sua despedida dos palcos internacionais, no emblemático Carnegie Hall, em Nova York. Diretor da Bachiana Filarmônica Sesi-SP, ele seguirá regendo concertos, mas de forma menos frequente.

O concerto especial aconteceu pouco depois da descoberta de um câncer agressivo na próstata, operado às pressas, em março deste ano. Ele logo retomou as atividades, e se apresenta um concerto gratuito no Rio nesta quarta (13) no Teatro Casa Grande.

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O espetáculo será dedicado ao pianista Arthur Moreira Lima (1940-2024), grande amigo do maestro, e terá a participação da jornalista Ana Paula Araújo, da TV Globo, que irá reger a execução do hino do Fluminense. Haverá tradução para Libras e audiodescrição.

Agora, Martins tem dois objetivos principais: contribuir para as pesquisas sobre a distonia focal do músico — doença rara que o acomete desde 1962, que causa contrações involuntárias nos músculos, e que o levou a interromper a carreira duas vezes —, e implantar o projeto Orquestrando, que prevê o ensino de música nas escolas do país.

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Em entrevista a VEJA RIO, o músico — que iniciou a carreira aos oito anos como pianista, se reinventou aos 62 como maestro e segue enfrentando os desafios nada fáceis que surgem em seu caminho — falou sobre a nova fase, o enfrentamento ao câncer e a amizade com Moreira Lima, entre outros assuntos.

O senhor realizou em maio sua despedida dos concertos internacionais, no Carnegie Hall, um palco emblemático e que marcou sua carreira. Qual foi a sensação durante essa apresentação? Foi emocionante. Na verdade, fiz a minha despedida internacional, mas continuo regendo concertos no Brasil. No final do meu último concerto no Carnegie Hall, em Nova York, quando vi a resposta do público, eu brinquei que já fiquei na dúvida se essa foi, de fato, a minha despedida internacional (risos). Vou continuar os próximos anos regendo, mesmo que sejam menos concertos. Agora aos 85 anos, vou diminuir um pouco a atividade e dedicar a minha vida ajudando a ciência com informações sobre a distonia focal do músico e o meu projeto de musicalização nas escolas para tentar realizar o sonho de Heitor Villa-Lobos, que era de desenhar o mapa do Brasil em formato de coração, através da música.

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Poderia resumir a ideia do projeto? Em que pé ele está? Quero que a música faça parte do dia a dia das escolas, como ferramenta de educação e cidadania. Não se trata apenas de formar músicos, mas de ajudar os alunos a desenvolver disciplina, concentração e trabalho em equipe. Já temos conversas com parceiros e autoridades para colocar o projeto em prática, quero muito que alcance escolas de todo o Brasil nos próximos anos, que crianças e jovens tenham mais oportunidades.

O senhor passou por uma cirurgia contra um câncer de próstata este ano. Como vem sendo sua recuperação? Estou me recuperando bem. A cirurgia foi um momento delicado, mas enfrentei com confiança e apoio da minha equipe médica e da família. Já retomei meus ensaios e atividades, tanto que me apresento agora no Teatro Casa Grande e no dia 27 no Teatro Santander, em São Paulo. Sigo cuidando da saúde para continuar fazendo música e levar emoção pras pessoas.

O senhor fará um concerto aqui no Rio em homenagem ao seu amigo e também grande pianista Arthur Moreira Lima (1940-2024). Qual o sentimento de realizar esse tributo? O Arthur é um grande amigo e um pianista extraordinário. Fazer essa homenagem é um gesto de respeito e admiração pela trajetória dele. Subimos juntos no palco mais de cinquenta vezes ao longo da minha carreira. Quero que o público sinta essa amizade e essa conexão.

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Como é se apresentar para o público carioca? Teve algum concerto seu aqui na cidade que tenha sido marcante para o senhor? O público do Rio é caloroso, participativo. Sempre me recebeu com muito carinho. Tocar para o público carioca, seja em teatros ou eventos, é sempre especial para mim, essa energia é algo que guardo com muito apreço. A música aqui ganha um clima especial.

Teatro Casa Grande. Avenida Afrânio de Melo Franco, 290-A, Leblon. Qua. (13), 20h. Grátis. Retirada de ingressos pelo Eventim.

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