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Jazz cai no gosto da nova geração e recobra o fôlego nas noites cariocas

Fervo no Morro da Providência atrai nomes como a cantora Liniker; Lapa e sede da Junta Local no Centro também são points para curtir o ritmo

Por Kamille Viola
22 ago 2025, 07h40
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Esqueça a sisudez: a manifestação musical associada a lugares elitistas ganha ares despojados na cidade, atrai público jovem e lota galpões como a Arena Samol, na Gamboa (Dani Dacorso/Veja Rio)
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Passam das onze da noite na Arena Samol, no Morro da Providência, e a quadra está abarrotada. Naquela sexta do início de agosto, o espaço reuniu 2 600 pessoas, e até a cantora Liniker se esbaldou na pista. O DJ toca o funk Tô Fazendo Amor Com a Favela Toda, da MC Jéssica do Escadão, e a plateia, bastante diversa, mas majoritariamente jovem, vibra e canta junto. Pouco depois, a banda está de volta para o segundo ato (de três) da noite. O cantor e trombonista Josiel Konrad lidera o grupo, que inclui baixo, teclado, bateria, percussão, trompete, tuba e flauta transversal.

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A cantora Liniker no Jazz Proibidão, na Gamboa (Dani Dacorso/Veja Rio)

Eles tocam o instrumental do funk Dentro do Carro, de Kevin o Chris, com direito a um longo improviso e logo emendam numa mistura de Canto de Ossanha, de Baden Powell e Vinicius de Moraes, com Subirusdoistiozin, de Criolo. A cena aconteceu na última edição do Jazz Proibidão, um das noitadas dedicadas ao ritmo que caiu no gosto do público mais novo no Rio. O evento estreou em fevereiro e, a cada edição — já foram quatro —, atrai mais gente. “Eu sou da Baixada e quis juntar o jazz com uma música que tem a ver com o lugar de onde eu vim”, explica Konrad. “As pessoas sabem que vão ouvir algo diferente”, comemora.

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O cantor e trombonista Josiel Konrad é o criador do Jazz Proibidão (Dani Dacorso/Veja Rio)
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Os fervos cariocas dedicados ao jazz têm clima despojado, distante da pompa e circunstância frequentemente associadas ao gênero musical. Um dos pioneiros do movimento atual foi o trompetista Eduardo Santana, que no ano passado, foi atração do Molejazz, no Bar do Molejão, no Morro do Pinto. A marca cresceu rapidamente, se expandindo para outros lugares e impulsionando o novo ciclo da cena jazzística jovem.

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Tá na alma: para Eduardo Santana, do Afrojazz, o gosto pela rua pode explicar todo esse sucesso (./Divulgação)
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“Eu sempre conversava com os taxistas na saída e eles me contavam que a maior parte do público era da Zona Sul. A partir desse êxito, vários artistas começaram a se mexer para fazer seus próprios shows”, conta Santana, que, mais recentemente, comandou algumas edições do Fundição Jazz, na Lapa. Ele ó que em 2011 fundou o Lapa Jazz, pioneiro de um primeiro momento do boom do jazz entre os jovens na cidade, e que desde 2012 comanda a banda Afrojazz ó também cita o cantor e pianista Jonathan Ferr, que mescla o ritmo com rap e R&B, como influência para o crescimento desse interesse.

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De olho neste público, a sede da Junta Local, no Centro, promove o show da banda Meio Fio nas noites de sexta. “Temos sempre convidados na cozinha, vendemos vinho natural… A galera que vem se interessa por isso”, observa Thiago Nasser, criador da feira de pequenos produtores, que hoje conta com seu próprio espaço. “Enquanto estiver atraindo essa turma, o jazz vai continuar”, avisa ele. Antes, o espaço recebeu, de forma mais esparsa, o Jazz do Tunico ó o saxofonista Tunico Secchin é outro nome de destaque, atualmente se apresentando no Macuna Bar, em Botafogo.

Para Josiel Konrad, o crescimento do gênero entre o público jovem pode ser explicado pela popularização do formato de fanfarra no Carnaval de rua, que fez muitos foliões estudarem instrumentos de sopro. “Os frequentadores querem eventos abertos, ou que pelo menos tenham um pouco da energia dos  blocos”, acredita. Já Eduardo Santana não vê conexão direta entre os dois movimentos, mas concorda num ponto: o gosto do carioca pela rua é parte importante do sucesso da cena.

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Agenda descolada: Onde ouvir (e dançar) ao som do gênero (Editoria de arte/Veja Rio)
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