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Ilíada, de Daniel Dantas e Letícia Sabatella, e outras estreias nos teatros

O monólogo Sísifo, com Gregorio Duvivier, e o musical Judy, com Luciana Braga, também são destaques entre as novidades nos palcos cariocas

Por Kamille Viola
Atualizado em 2 mar 2023, 18h41 - Publicado em 1 mar 2023, 16h18
Letícia Sabatella e Daniel Dantas vestem roupas pretas sobre fundo preto. Ela sorri, usa microfone e aponta com a mão direita para a frente.
Letícia Sabatella e Daniel Dantas: casal divide o palco na Ilíada, de Homero - (Gilson Camargo/Divulgação)
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O Cachorro Que Se Recusou a Morrer

Passeando pelo drama e pela comédia, o espetáculo do ator e autor Samir Murad deriva de suas memórias e das histórias contadas por seu pai, um imigrante libanês em sua luta pela sobrevivência numa terra estranha. Um casamento por encomenda e uma tríade formada pelo pai, a mãe e a irmã mais velha, afetada mentalmente pelo relacionamento sem amor dos pais, revelam uma cultura machista, forjada em dogmas religiosos que até hoje permeiam a maioria dos lares brasileiros.

Teatro Brigitte Blair. Rua Miguel Lemos, 51, Copacabana. Sáb., 20h30. Dom., 19h. R$ 30,00 a R$ 60,00. Ingressos pelo Sympla. De 3 de março a 2 de abril.

O Guia Prático de Uma Mãe Judia

Escrito e encenado por José Leon Zylbersztajn, o monólogo, que tem diração geral e musica de Márciah Luna,  mostra, de forma bem-humorada, como qualquer mãe, independentemente de religião ou nacionalidade, pode ser uma “mãe judia”, superprotetora e dramática. Porém, o espetáculo também tem seus momentos de drama, passando por temas como solidão, velhice, o drama de ser um refugiado  e os sofrimentos de ser uma mãe judia.

Teatro Cândido Mendes. Rua Joana Angélica, 63, Ipanema. Sex. a dom., 20h. R$ 40,00 a R$ 80,00. Ingressos pelo Sympla. De 3 a 26 de março.

Ilíada

Juntos na vida real, Daniel Dantas e Letícia Sabatella estendem a parceria ao palco. O casal estreia o espetáculo Ilíada, de Homero, com direção de Octavio Camargo e tradução do clássico assinada por Manuel Odorico Mendes. Eles encenam dois momentos da Guerra de Troia, narrados naquele que é considerado o texto fundador da cultura ocidental: o Canto 1, com o estabelecimento do conflito interno entre os gregos e suas motivações e, o vigésimo, com o retorno triunfal do herói Aquiles ao campo de batalha.

Teatro XP Investimentos. Jockey. Avenida Bartolomeu Mitre, 1110-B, Leblon. Sex. e sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 40,00 a R$ 80,00. Ingressos pelo Sympla. De 3 de março a 2 de abril.

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Improvável

Criado pelo trio de humoristas Anderson Bizzocchi, Daniel Nascimento e Elidio Sanna, que formam a Cia. Barbixas, Improvável é um espetáculo de improvisação teatral onde as cenas são criadas na hora, a partir das ideias da plateia. Além das colaborações do público, a peça conta com atores convidados em toda apresentação, o que faz dela uma obra completamente nova a cada vez. O grupo circula com o espetáculo há 14 anos.

Teatro Casa Grande. Rua Afrânio de Melo Franco, 290, Leblon. Sex., 20h. Sáb., 19h e 21h. Dom., 18h e 20h. R$ 80,00 a R$ 120,00. Ingressos pelo Sympla. De 3 a 5 de março.

Insucessos de Uma Vida Quase Adulta

No espetáculo, escrito e encenado por Bia de Queiroz, Elena é uma jovem atriz que enfrenta dificuldades para lidar com a transição da adolescência para a vida adulta. Durante um teste, o diretor pede a ela que conte algo sobre sua vida. A atriz começa, então, a relatar seus maiores fracassos dos 19 aos 25 anos, expondo suas dificuldades, sonhos e inseguranças nessa fase, seu crescimento pessoal e seus esforços para se estabelecer no mundo. Com direção de Stella Maria Rodrigues, Bia “contracena” com vozes em off de Cininha de Paula e Heloisa Périssé, entre outras.

Teatro Candido Mendes. Rua Joana Angélica, 63, Ipanema. Sáb., 22h. R$ 20,00 a R$ 40,00. Ingressos pelo Sympla. De 4 a 25 de março.

João Pimenta no Pimentaverso

Em seu primeiro stand-up solo, o comediante baiano, que integra o canal Porta dos Fundos, o reúne suas referências, vivências de homem negro periférico e suas histórias mais mirabolantes. Com 14 anos de carreira, João Pimenta percorre passado, presente e até um vislumbre do futuro, dando um gostinho de todo caos, aleatoriedade e causos inusitados que fazem parte de sua vida.

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Teatro Claro. Rua Siqueira Campos, 143, 2º piso, Copacabana. Dom. (5), 19h. R$ 30,00 a R$ 70,00. Ingressos pelo Sympla.

Judy

Judy — O Arco-­Íris É Aqui
Luciana Braga: atriz vive estrela hollywoodiana no musical Judy – (Beti Niemeyer/Divulgação)

Acompanhada pelos músicos Liliane Secco e André Amaral, Luciana Braga vive a estrela americana no espetáculo em que sua própria história se funde à de Judy Garland, jogando luz sobre as lutas internas e externas do artista. A peça Judy é entremeada por catorze números musicais, com clássicos interpretados pela estrela de Hollywood, como Over the Rainbow e That’s Entertainment, entre outros. O musical foi criado em homenagem ao centenário de Judy e aos 35 anos de carreira do autor e diretor Flávio Marinho.

Teatro Prudential. Rua do Russel, 804, Glória. Sex. e sáb., 20h. Dom., 18h. R$ 45,00 a R$ 90,00. Ingressos pelo Sympla. De 3 a 26 de março.

Menina Mojubá

Buscando somar esforços no combate ao racismo religioso, o espetáculo coloca uma entidade da umbanda como ponto central da discussão. Na luta pela sobrevivência dentro de uma sociedade que não trata os seus com equidade, surge uma criatura que com sua energia voraz, caminhos desafiadores e conflituosos, busca garantir não só sua sobrevivência, mas de todos que são merecedores do seu amor. A peça traz no elenco Marcela Treze (que também assina o texto) e Gabriel Gama (que dirige a peça).

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Teatro Gonzaguinha. Rua Benedito Hipólito, 125, Centro. Sex. e sáb., 19h. Dom., 18h. R$ 15,00 a R$ 30,00. De 4 a 26 de março. Ingressos pelo Sympla.

Morre Uma Estrela

A peça da Cia de Teatro Uz Outrus leva o público à era de ouro do cinema americano, em uma trama que se passa em Hollywood, na década de 1950. Unindo a comédia e o suspense policial, o espetáculo parte da morte misteriosa de uma estrela de cinema e segue com as histórias das testemunhas do crime e a investigação de um policial cômico. A peça, que é original, foi escrita e montada pelo grupo iguaçuano e usa da comédia física, do teatro do absurdo e do ridículo.

Teatro Dulcina. Rua Alcindo Guanabara, 17, Centro. Sex. e sáb., 19h. Dom., 18h. R$ 20,00 a R$ 40,00. Ingressos pelo Sympla. De 3 a 26 de março.

Uma Mulher ao Sol

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Com direção e organização dramatúrgica de Ivan Sugahara, a montagem propõe uma reflexão sobre o isolamento a partir da obra da escritora Maura Lopes Cançado (1929-1993), que viveu longos períodos em manicômios. Em cena, estão as atrizes Danielle Oliveira e Maria Augusta Montera, que interpretam a autora e também a si mesmas. A peça é também o desdobramento de uma pesquisa artística sobre saúde mental, realizada por Danielle Oliveira há seis anos.

Teatro Poeirinha. Rua São João Batista, 104, Botafogo. Qui. a sáb., 21h. Dom., 19h. R$ 30,00 a R$ 60,00. Ingressos pelo Sympla. De 2 de março a 30 de abril.

Nesse Naipe

Mágico e comediante, Caio Martins mistura stand-up e ilusionismo nesse espetáculo, que conta com a participação da plateia. Sendo um dos únicos do país a realizar essa combinação, enquanto ele realiza seus truques, aborda de forma cômica temas do cotidiano e as dificuldades de ser mágico nos dias atuais.

Teatro Claro. Rua Siqueira Campos, 143, 2º piso, Copacabana. Sáb. (4), 21h. R$ 30,00 a R$ 70,00. Ingressos pelo Sympla.

Ópera das Malandras

Baseado na peça Ópera do Malandro, escrita por Chico Buarque em 1978, o espetáculo do Ceftem (Centro de Estudos e Formação em Teatro Musical) taz um elenco de 18 cantoras, entre mulheres e pessoas não binárias. No musical, embalado por clássicos como O Meu Amor e Geni e o Zepelim, o cafetão Duran e a esposa, Vitória, comandam um bordel na Lapa que acaba de receber uma nova funcionária, Fichinha. A filha deles, Teresinha, se apaixona por Max Overseas, malandro que vive de fraudes e tramoias em parceria com Chaves, chefe de polícia.

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Teatro Cesgranrio. Rua Santa Alexandrina, 1011, Rio Comprido. Qua. a dom., 19h. R$ 15,00 a R$ 80,00. Ingressos pelo Sympla. De 1 a 12 de março.

Outras Marias

A atriz e cantora Clara Santhana conta a vida e a luta de sete mulheres que têm algo em comum: se chamam Maria. São figuras históricas como Maria Bonita e Maria Felipa de Oliveira (que lutou na Conjuração Baiana, em 1798) e divindades em cultos de origem brasileira e matriz africana, como as Marias Molambo, Navalha, Quitéria e a mais conhecida delas, Maria Padilha — amante de um monarca no antigo reino de Castela. A direção é de Patricia Selonk, a dramaturgia é assinada por Marcia Zanelatto e a direção musical é de Claudia Elizeu.

Teatro Glauce Rocha. Avenida Rio Branco, 179, Centro. Sex. a dom., 19h. R$ 20,00 a R$ 40,00. Ingressos pelo Sympla. De 3 a 26 de março.

Paz de Darwin

Um dos apresentadores do programa A Culpa é do Cabral, no Comedy Central, em seu novo espetáculo de stand-up Rodrigo Marques fala sobre o preconceito que sofreu ao longo de sua vida por ser ateu e sobre o processo de desconstrução quanto à monogamia, entre outros assuntos. Com seu vocabulário rebuscado e muita franqueza, uma de suas marcas registradas, ele aborda mais variados temas de forma bem-humorada, sob uma nova perspectiva, a partir de suas experiências.

Teatro Claro. Rua Siqueira Campos, 143, 2º piso, Copacabana. Qui., 21h. R$ 40, a R$ 100,00. Ingressos pelo Sympla. De 2 a 23 de março.

A Sereníssima República

Dirigida por Leticia Guimarães e protagonizada por Gustavo Ottoni, a peça conta a história de Cônego Vargas, que convida todos os presentes para uma palestra. Ele pretende anunciar sua descoberta: o idioma das aranhas. A partir de alguns aracnídeos encontrados em sua chácara, ele consegue estudar profundamente a língua desses animais, se tornando fluente. Por seu tamanho, vestes e domínio do idioma, as aranhas passam a achar que ele é o próprio Deus. Baseado no original de Machado de Assis e adaptado por Nino Ottoni.

Teatro Glaucio Gill. Praça Cardeal Arcoverde, s/nº, Copacabana. Sex., 20h. R$ 15,00 a R$ 30,00. Ingressos pelo site da Funarj

Sísifo

Inspirado no mito grego do homem que carrega diariamente sua pedra morro acima para vê-la rolar ladeira abaixo e começar tudo de novo, o monólogo de Gregório Duvivier conecta a mitologia ao caótico mundo hiperconectado e ao Brasil dos memes. O espetáculo é composto de 60 cenas curtas, assinadas por Duvivier e Vinícius Calderoni, que também dirige a peça. O ator repete o mesmo movimento: caminha de um ponto a outro do palco. A cada nova cena, ele retorna ao ponto inicial, como em um gif, formato de imagem muito popular nas redes.

Teatro Riachuelo. Rua do Passeio, 38, Centro. Sex. e sáb., 20h. Dom., 18h. R$ 25,00 a R$ 120,00. Ingressos pelo Sympla. De 3 a 12 de março. 

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