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“Sempre tenho esperança de dias melhores”, diz Gal Costa

De volta aos palcos cariocas nesta sexta (12), no Vivo Rio, cantora falou a Veja Rio sobre a pandemia, o retorno aos shows, o filho adolescente e política

Por Kamille Viola
Atualizado em 12 nov 2021, 13h32 - Publicado em 12 nov 2021, 13h30
A cantora Gal Costa cantando no palco, usando vestido preto. Ao fundo, uma luz azul
Gal Costa: cantora volta aos palcos cariocas (Manuela Scarpa/Brazil News/Divulgação)
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A temporada de shows, que aos poucos vem retomando o ritmo de antes da pandemia, ganha um brilho especial esta semana: o retorno de Gal Costa aos palcos cariocas. A cantora apresenta nesta sexta (12) o show As Várias Pontas de uma Estrela, em que reúne clássicos de seu repertório, lados B de sua discografia e canções de seu álbum mais recente, Nenhuma Dor (2021).

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São 56 anos de carreira (ela está com 76 de idade) e uma agenda constantemente cheia. De volta às apresentações com plateia desde o mês passado, a diva comemora o reencontro com os fãs. “Tem sido ótimo. Eu estava com saudades dos palcos e da energia do público. O palco é onde me sinto mais serena e segura e estava sentindo falta dessa emoção”, conta ela a Veja Rio.

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Embora normalmente seja muito caseira, o isolamento também foi um desafio para ela, como para a maioria dos que puderam ficar em casa. “Claro que não me isolo e não me afasto das pessoas, mas sou mais de ficar em casa mesmo”, frisa Gal. “É difícil quando a gente se vê obrigado a ficar em casa. O único respiro que tive foi o momento de ir para o estúdio, com todos os cuidados, gravar o Nenhuma Dor. Foi um momento de alívio”, admite.

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A cantora passou o período com Gabriel, seu filho, de 16 anos, e garante que ficar a maior parte do tempo em casa com o adolescente foi algo tranquilo. “Gabriel é um barato de garoto, sou louca por ele. É um menino maravilhoso com quem eu troco sempre”, derrete-se. “Ele sentiu falta de ir para a escola, sentiu falta dos amigos, mas ele sabia que era o momento de ficar em casa. Assistimos filmes e séries juntos, aprendemos coisas novas e aproveitamos a companhia um do outro”, explica.

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Gal acredita que, no geral, aconteceu uma mudança de pensamento em muitas pessoas durante o período da pandemia. Mas não em toda a humanidade. “A gente viu muita aglomeração nas ruas, gente sem máscara, negando a ciência, nem todo mundo se preocupava e se preocupa”, lamenta ela. “O cuidado com o outro é essencial em momentos assim, ouvir a ciência, ter paciência, solidariedade e compaixão”, enfatiza.

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Crítica a Jair Bolsonaro, a cantora considera o governo incompetente e se diz muito incomodada com isso. “Ele tem propostas erradas, é contra a ciência, contra a cultura e não percebe o quanto suas atitudes afetam a vida de todo mundo. Estamos passando por um momento muito triste e muito delicado”, desabafa. “Mas eu sempre tenho esperança de dias melhores”, emenda.

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No repertório do show, dirigido por Marcus Preto, predominam músicas de Milton Nascimento – entre elas Fé Cega, Faca Amolada e Maria Maria – e Caetano Veloso, como Baby e Paula Bebeto, parceria dele com Milton. Mas também marcam presença sucessos de Djavan (Açaí), Chico Buarque (A história de Lily Braun) e Tom Jobim (Desafinado), entre outros. Uma novidade é o formato da banda de Gal, com teclado no lugar do violão, formato testado e aprovado por ela durante a pandemia, incluindo a live que realizou em maio. Ela é acompanhada por Fábio Sá (baixo elétrico e acústico), André Lima (teclados) e Victor Cabral (bateria e percussão).

Vivo Rio. Vivo Rio — Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo. Sex., 22h Ingressos pelo vivorio.com.br.  R$ 120,00 a 260,00.

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