A volta de Ficções, com Vera Holtz, e mais 13 peças para conferir no Rio

Outros destaques são a volta de O Homem Cordial, Norma e A Dona da História, além das despedidas de Alaska e Ninguém Sabe o Meu Nome

Por Kamille Viola
Atualizado em 13 dez 2024, 20h20 - Publicado em 13 dez 2024, 19h08
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Vera Holtz: atriz está de volta aos palcos cariocas com o premiado espetáculo Ficções (Ale Catan/Divulgação)
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Alaska

Dirigido por Rodrigo Pandolfo, que também está em cena, ao lado de Louise D’Tuani, a montagem é uma inédita adaptação brasileira de Brilliant Traces, texto da americana Cindy Lou Johnson. O drama se passa no estado do Alaska, durante uma nevasca, quando Henry, um homem solitário, é surpreendido por uma insistente batida em sua porta. Ele se depara com uma desconhecida: Rosannah, vestida de noiva e desesperada, que se instala dentro da cabana. Enquanto os personagens embaralham o que é verdade e o que é ilusão, os atores acompanhados pelos bailarinos Alexandre Maïa e Tayson Pio, que trazem uma linguagem de universo fantástico ao espetáculo.

Teatro Poeira. Rua São João Batista, 104, Botafogo. Qui. a sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 40,00 a R$ 80,00. Ingressos pelo Sympla. Até domingo (15).

A.M.I.G.A.S.

A peça gira em torno da amizade de três jovens, Aline, Dil e Dadá, seus encontros e desencontros amorosos, suas expectativas nas relações, suas frustrações e seus desejos. Sua cumplicidade e parceria são o ponto de partida para a criação da Associação das Mulheres Interessadas em Gargalhadas, Amor e Sexo (A.M.I.G.A.S.). Baseado no livro homônimo de Claudia Mello, o espetáculo estreou originalmente há 25 anos, com texto de Duda Ribeiro, morto em 2016, e dirigido por Cristina Pereira. Ernesto Piccolo, que se desdobrou em todos os personagens masculinos da versão original, dirige a nova montagem. Filha de Duda, Julia Iorio se juntou a Luiza Lewicki e Isabel Castello Branco para adaptar a peça aos dias de hoje, além de integrar o elenco. Bernardo Coimbra vive os personagens masculinos.

Teatro Vannucci. Shopping da Gávea. Rua Marquês São Vicente, 52, 3º andar. Seg. e ter., 20h. R$ 50,00 a R$ 100,00. Ingressos pelo Sympla. Até terça (17).

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Aqueles Que Deixam Omelas

Com direção de João Maia P e atuação de João Pedro Zappa, o monólogo é baseado no conto da americana Ursula K Le Guin (1929-2018), nunca publicado no Brasil. A trama é narrada por um viajante solitário que deixou Omelas e percorre o mundo contando a história desse lugar desconhecido, que, à primeira vista, parece solar, belo, alegre, livre, mas que esconde um segredo, uma feiura e tragédia quase distópicas.

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Espaço Cultural Sérgio Porto. Rua Visconde de Silva, s/nº, ao lado do n° 292, Humaitá. Sex. e sáb., 19h. Dom., 18h. Ingressos pelo Rio Cultura. Até domingo (15).

A Cena (Não) Muda

Escrito por Pedro Henrique Lopes e dirigido por Diego Morais, o espetáculo é inspirado no antológico show A Cena Muda, apresentado por Maria Bethânia em 1974. Com músicas de Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gonzaguinha, a artista implicitamente falava sobre temas como a falta de liberdade de expressão, a censura, a desvalorização da mulher e a truculência da ditadura. O show teatral documental mostra o que não mudou no Brasil nesses cinquenta anos, traçando um paralelo, por exemplo, entre o desaparecimento de Ieda Santos Delgado, mulher negra, durante o período da repressão, e as vidas negras ceifadas pelo estado nos dias de hoje.

Teatro Domingos Oliveira. Planetário. Rua Vice-Governador Rubens Berardo, 100, Gávea. Ter. e qua., 20h. R$ 20,00 a R$ 40,00. Ingressos pelo Rio Cultura. Até quarta (18).

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Clarice & Nelson — Um Recorte Biográfico a Partir de Entrevistas

Com texto de Rafael Primot e Franz Keppler, o espetáculo traz Carol Cezar e Marcos Pitombo nos papéis principais, com direção teatral de Helena Varvaki e Manoel Prazeres. Na trama, Clarice Lispector e Nelson Rodrigues têm um encontro fictício no Jardim Botânico em meados de 1949, quando ainda eram dois jovens nomes da literatura brasileira. Os diálogos foram construídos a partir de trechos de entrevistas concedidas pelos escritores ao longo da vida, mostrando opiniões contundentes e divergentes entre si.

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Teatro Poeirinha. Rua São João Batista, 104, Botafogo. Ter. e qua., 20h. R$ 20,00 a R$ 60,00. Ingressos pelo Sympla. Até quarta (18).

Demasiado Juntas

Idealizada e estrelada pelas uruguaias Leonor Chavarría e Florencia Santángelo, a peça, em formato de falso documentário, conta a história das gêmeas siamesas Yvonne e Mabel, nascidas em um circo criollo (formato de espetáculo que combinava atrações circenses e teatro) do Rio da Prata. Por meio de depoimentos, entrevistas e números artísticos, intercalando cenas musicais e elementos circenses, o espetáculo dirigido por Richard Riveiro fala sobre os desafios enfrentados pelas irmãs, segredos, sucesso e esquecimento. A peça foi inspirada na trajetória real das Irmãs Hilton, siamesas inglesas que brilharam nos circos dos Estados Unidos e atuaram no famoso filme Freaks (1929).

CCBB. Teatro III. Rua Primeiro de Março, 66, Centro. Qui. a sáb., 19h. Dom., 18h. R$ 15,00 a R$ 30,00. Ingressos pelo site do CCBB.

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Crepúsculo das Máscaras

Com dramaturgia de Aline Santos e Marlon Vares e direção coletiva, a tragicomédia trata da jornada de autodescoberta e aceitação de pessoas LGBTQIAP+. Com Marlon Vares e Pérola Acioly no elenco, o espetáculo narra a história de um garoto que, ao visitar um cemitério, cria narrativas a partir das covas, enquanto se prepara para um grande ritual. A peça é uma metáfora que fala das “mortes sociais” que essas pessoas enfrentam ao se assumir, abordando temas como amor próprio e redes de apoio.

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Parque Glória Maria. Rua Murtinho Nobre, 169, Santa Teresa. Sáb. e dom., 19h. Grátis. Ingressos pelo Sympla. Até 22 de dezembro.

A Dona da História

De volta ao Rio, a peça traz Juliana Martins e Maitê Padilha nos papéis que foram de Marieta Severo e Andréa Beltrão na bem-sucedida montagem original do espetáculo de João Falcão, há 27 anos. Com direção de Heitor Martinez. Na comédia, uma mulher de meia-idade em crise encontra sua versão 35 anos mais jovem. A partir disso, em um jogo entre passado e presente, expectativa e realidade, ela consegue reinventar sua história por meio de diversas outras possibilidades.

Imperator — Centro Cultural João Nogueira. Rua Dias da Cruz, 170, Méier. Sáb. (14), 19h. R$ 35,00 a R$ 70,00. Ingressos pelo site da Funarj. Única apresentação.

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Duas Irmãs & Um Casamento

Maitê Proença e Débora Olivieri vivem duas irmãs na mais recente peça do dramaturgo inglês Peter Quilter, com direção de Ernesto Piccolo (mesma dobradinha do sucesso Duetos). A partir do reencontro de Catarina (Maitê Proença) e Rosa (Debora Olivieri), ambas na faixa dos 60 anos, que se reúnem para organizar um casamento, a comédia que traz alterna momentos emocionantes e bem-humorados sobre temas como a complexidade dos laços familiares, sororidade, etarismo, autoestima, desejos e amor.

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Teatro Claro Mais. Rua Siqueira Campos, 143/2º piso, Copacabana. Sex. a dom., 17h. R$ 39,60 a R$ 150,00. Ingressos pelo Uhuu!. Até 22 de dezembro.

Ficções

Vera Holtz está de volta aos palcos cariocas em nova temporada do premiado espetáculo-solo, em que se apresenta ao lado do violoncelista e compositor italiano Federico Puppi. Baseada no best-seller Sapiens, uma Breve História da Humanidade, de Yuval Harari, a peça tem dramaturgia e direção de Rodrigo Portella, e gira em torno da capacidade humana de criar ficções e acreditar nelas: deuses, dinheiro, nações… Apesar de tantas invenções, a espécie que domina a Terra segue insegura e sem saber para onde ir.

Teatro Carlos Gomes. Praça Tiradentes, s/n°, Centro. Sex., 19h. Dom., 17h. R$ 21,00 a R$ 80,00. Ingressos pelo Rio Cultura. Únicas apresentações.

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O Homem Cordial

Com texto de Roberto Athayde e direção de Marcia Beatriz Bello, a peça se passa na noite de Natal, quando uma emergência leva um deputado (Gil Hernández) a pedir ajuda a um padre (Charles Asevedo). Com um embate que gira em torno de valores morais e temas como oportunismo, causas ambientalistas e questões existenciais, o espetáculo resgata um antigo debate: seria o brasileiro cordial?

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Centro Cultural da Justiça Federal. Avenida Rio Branco, 241, Centro. Qui. e sex., 19h. Sáb. e dom., 18h. R$ 15,00 a R$ 30,00. Ingressos pelo Sympla.

Norma

Celebrando os 20 anos da primeira montagem, que estreou em 2002, a peça retorna aos palcos em encenação dirigida por Guilherme Piva. No espetáculo, a personagem-título (Nívea Maria) é uma mulher conservadora, que, ao perder o filho, Rogério, num acidente de carro, precisa reconciliar-se com as diferenças entre eles. Uma delas é o fato de que ele era gay, algo que a mãe não aceitava. Solitária, ela está no apartamento que acabou de alugar quando o antigo inquilino, Renato (Daniel Rocha), surge e pede a ela que informe seu novo endereço e telefone aos que o procurarem. O encontro dessas duas pessoas bem diferentes (ela é rígida; ele se permite correr riscos) irá transformar as vidas dos dois.

Teatro Claro Mais. Rua Siqueira Campos, 143/2º piso, Copacabana. Sáb. (14), 20h. Dom. (15), 19h30. R$ 19,60,00 a R$ 150,00. Ingressos pelo Uhuu!. Únicas apresentações.

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Ninguém Sabe Meu Nome

Escrito e estrelado por Ana Carvatti, o monólogo traz a personagem Iara, acorda de um pesadelo no qual seu filho desaparece. A partir daí, ela discorre sobre suas principais angústias, medos e esperanças por ser mãe de um menino negro em uma sociedade racista, em uma peça que utiliza do humor para trazer uma reflexão sobre a dívida histórica do Brasil com a população negra. A direção é de Inez Viana e Isabel Cavalcanti.

Espaço Cultural Sérgio Porto. Rua Visconde de Silva, s/nº, ao lado do n° 292, Humaitá. Sex. e sáb., 20h. Dom., 19h. Ingressos pelo Rio Cultura.

Sidarta

Livremente inspirado no livro homônimo de Herman Hesse, baseado na juventude de Buda, o espetáculo tem  texto atuação de Angel Ferreira e conta a história de Sidarta, um filho de brâmanes (a casta sacerdotal e a mais alta da sociedade hinduísta, na Índia) que sai da casa dos pais e se torna um Samana, buscando a iluminação por meio da renúncia aos prazeres do corpo. Em seguida, desiludido com doutrinas, Sidarta conhece o próprio Buda e dele também se afasta, determinado a encontrar seu caminho ou a morte. Estabelece relação com uma cortesã da cidade, torna-se comerciante, embrenha-se no vício e no materialismo, para novamente deixar tudo para trás e retornar à simplicidade.

Teatro Rubens Corrêa Ipanema. Qui. a sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 30,00 a R$ 60,00. Ingressos pelo Rio Cultura. Até domingo (15).

 

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