Festival do Rio: filmes imperdíveis para conferir nas mostras competitivas
São 51 títulos concorrendo ao Troféu Redentor, entre ficção e documentário, longas e curtas; novo documentário de Petra Costa é um dos mais aguardados
Considerada a maior vitrine para o audiovisual brasileiro, a mostra Première Brasil é um dos destaques do Festival do Rio, que chega à 26ª edição nesta quinta (3) e vai até o dia 13 de outubro, ocupando diversos lugares na cidade, entre cinemas e espaços de projeção alternativos. No Cine Odeon, na Cinelândia, acontecem sessões a preços populares seguidas de debates.
Ao todo, 51 filmes nacionais concorrem ao troféu Redentor. Na Competição Oficial, este ano estão no páreo onze longas de ficção, sete documentários e onze curtas. Já a Competição Novos Rumos, que apresenta novos realizadores e linguagens, tem oito longas e oito curtas concorrendo.
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Um dos mais aguardados da edição é o novo documentário de Petra Costa, autora do celebrado Democracia em Vertigem (2019), indicado ao Oscar e listado pelo New York Times como um dos dez melhores filmes do ano. Em Apocalipse nos Trópicos, a diretora investiga a crescente influência de líderes evangélicos na política no Brasil.
Já A Queda do Céu, de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, é baseado no livro homônimo do xamã Davi Kopenawa Yanomami, um dos principais líderes indígenas do mundo, e do antropólogo francês Bruce Albert. Falado principalmente na língua yanomami, o filme traz uma reflexão sobre o modelo de predação generalizada dos povos e do planeta.
Na competição de longas de ficção, um dos destaques é Enterre Seus Mortos, de Marco Dutra, baseado no romance homônimo de Ana Paula Maia. Na trama, Edgar Wilson (Selton Mello) é um homem soturno que trabalha como removedor de animais atropelados em estradas e namora Nete (Marjorie Estiano), sua chefe. Quando ele é obrigado a violar as regras do seu trabalho, o caos passa a imperar em sua vida e na cidade.
Outro filme esperado é Baby, de Marcelo Caetano. A segunda produção do diretor, que estreou com Corpo Elétrico (2017), rendeu a Ricardo Teodoro, um dos protagonistas, o prêmio de melhor ator revelação na Semana da Crítica de Cannes.
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A história gira em torno de Baby, apelido de Wellington (João Pedro Mariano), recém-libertado de um centro de detenção para jovens. Perdido nas ruas de São Paulo, durante uma visita a um cinema que exibe filmes pornô ele conhece Ronaldo (Ricardo Teodoro), um garoto de programa com quem inicia uma tumultuada relação.
A competição traz também o novo longa de ficção de Lírio Ferreira, Serra das Almas, que estreia no Festival do Rio. A trama mostra um grupo de amigos desajustados que se envolvem em um roubo de joias em Pernambuco, levando a consequências catastróficas.
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Primeira direção solo de Luciano Vidigal, Kasa Branca tem como protagonista Dé (o comediante Big Jaum, em sua estreia em papéis dramáticos), jovem negro do subúrbio do Rio que cuida sozinho de sua avó, Dona Almerinda (Teca Pereira), que tem Alzheimer e se trata no SUS.
Com a notícia de que resta pouco tempo de vida a ela, Dé decide, junto a seus dois melhores amigos, Adrianim (Diego Francisco) e Martins (Ramon Francisco), aproveitar os últimos dias com a avó.
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Lispectorante, de Renata Pinheiro, conta a história de Glória Hartman (Marcélia Cartaxo, que protagonizou A Hora da Estrela, baseado no livro homônimo de Clarice Lispector), uma mulher madura em crise existencial e financeira que retorna à sua cidade natal, agora em decadência.
Lá, ela descobre uma fenda nas ruínas da casa onde Clarice Lispector morou, através da qual começa a presenciar cenas fantásticas. O elenco traz ainda Grace Passô e Pedro Wagner.
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Já Os Enforcados, de Fernando Coimbra (de O Lobo Atrás da Porta), traz o casal Regina (Leandra Leal) e Valerio (Irandhir Santos), que leva uma vida tranquila na Barra da Tijuca, até que o pai dele, o maior mafioso da cidade, morre. Ao mesmo tempo que Valerio evita se envolver nos negócios da família, o casal está endividado e o tio dele, Linduarte (Stepan Nercessian), insiste que o sobrinho assuma o “empreendimento”.
A Première Brasil conta ainda com as mostras não competitivas Hors Concours, Retratos e O Estado das Coisas. Também há produções nacionais na mostra Midnight Movies, com obras consideradas cult, B ou de contracultura, além de coproduções com outros países nas seleções Panorama do Cinema Mundial e Première Latina.
A programação completa da Première Brasil pode ser conferida no site do festival. As entradas estão à venda no Ingresso.com e nas bilheterias dos cinemas.
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