Exposição no metrô registra o passado e o presente das favelas cariocas
Mostra <em>Favela tem Memória</em> registra em 228 fotos as transformações da paisagem urbana e do modo de vida de mais de uma dezena de comunidades da cidade
Os milhares de usuários de uma das mais movimentadas estações do metrô carioca têm a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a memória social da cidade. A ONG Viva Rio, com o apoio do Instituto Invepar e da concessionária MetrôRio, inaugurou na Estação Pavuna, na zona norte, a exposição Favela tem Memória, que registra em 228 fotos as transformações da paisagem urbana e do modo de vida de mais de uma dezena de comunidades do centro e das zonas sul e norte da cidade.
São 87 imagens feitas pela equipe do projeto que deu origem à mostra e outras 141, de épocas passadas, que documentam diversos momentos dos morros da Providência, Santo Antônio, Mineira e São Carlos, na região central do Rio; Salgueiro, Borel, Mangueira, Chapadão, Pedreira, Parque Acari e Colégio, na zona norte, e Pavão-Pavãozinho e Rocinha, na zona sul. Uma central multimídia permite aos visitantes acessar uma linha do tempo, na qual passado e presente das comunidades estão conectados.
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O projeto Favela tem Memória começou em meados de 2005, como parte do Viva Favela, iniciativa do Viva Rio com o objetivo de refletir o universo das favelas e periferias, a partir de um ponto de vista diverso do obtido pela mídia tradicional. “No início, tinha apenas o objetivo de resgatar a memória de personagens das comunidades e disponibilizar as imagens em um site. A ideia de produzir uma exposição surgiu com a parceria do Instituto Invepar. A proposta foi de trabalhar nas comunidades próximas às estações do metrô e, desde o ano passado, foram seis meses de ida a campo para fotografar os locais”, conta Lucas Almeida, um dos fotógrafos participantes da mostra, que tem a coordenação de Fabiano Monteiro.
Para reviver e mostrar às novas gerações como eram as favelas em outras épocas da cidade, os organizadores da mostra recorreram ao acervo histórico do extinto jornal Correio da Manhã, hoje disponibilizado na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional. “Uma das comunidades que escolhemos para mostrar foi a do Morro Santo Antônio, no Centro. Pouca gente sabe que existiu ali uma favela”, lembra o fotógrafo. Demolido nos anos 50, o morro deu lugar à Avenida Chile e aos edifícios-sede de grandes empresas públicas, como a Petrobras e o BNDES.
A exposição Favela tem Memória ficará na Estação Pavuna até o dia 8 de março e pode ser vista de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. Em seguida, de 9 a 18 de março, será levada à Estação General Osório, em Ipanema, na zona sul da cidade.