Exposição na Casa Roberto Marinho revela múltiplos talentos de Burle Marx
Mostra reúne cerca de 130 obras, ocupando os 1.200 metros quadrados do lugar, que também teve seus jardins projetados pelo maior paisagista do século XX
Amigos a vida inteira, Roberto Marinho e Roberto Burle Marx voltam a se encontrar — pelo menos simbolicamente. A partir deste sábado (30), uma exposição do maior paisagista do século XX passa a ocupar aquela que foi a residência do jornalista, hoje transformada no espaço cultural Casa Roberto Marinho, no Cosme Velho. O tempo completa: Burle Marx reúne cerca de 130 peças, entre clássicos e inéditos do artista.
+ Volta dos festivais à cena: Spanta e João Rock anunciam atrações
São desenhos, fotografias, plantas de projetos, croquis, maquetes, documentos e pinturas (inéditos e clássicos), selecionados pelos curadores Lauro Cavalcanti e Isabela Ono, distribuídos pelos 1.200 metros quadrados de área expositiva do local. “É uma mostra importante e abrangente, que revela aspectos ainda desconhecidos e marca o início das atividades públicas do Instituto Burle Marx”, explica Cavalcanti.
+ Arte Core ocupa o MAM com cultura urbana neste fim de semana
A exposição — a primeira realizada pelo instituto que leva o nome do autor — revela os múltiplos talentos do artista, que, além de paisagista, também foi pintor, desenhista, escultor, litógrafo, serígrafo, designer de joias, explorador botânico, arquiteto e urbanista. A inauguração acontece três meses depois de o Sítio Burle Marx, em Barra de Guaratiba, ter sido declarado Patrimônio Mundial da Unesco. “Podemos dizer que ele, além de maior paisagista do século XX, foi um elo de ligação entre todos os arquitetos modernos, por ter trabalhado com Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Paulo Mendes da Rocha e Sergio Bernardes”, pontua Lauro Cavalcanti.
+ ASA promove capacitação feminina na cadeia produtiva da música
O percurso se inicia nos jardins, originalmente projetados por Burle Marx, onde foi instaurada uma série inédita de bandeiras a partir de desenhos dele. No térreo, a exposição trata da formação da mentalidade do paisagista, com suas epifanias e expedições. No piso superior, a primeira sala é dedicada aos projetos clássicos e originais do Rio — cidade que ele, nascido em São Paulo, adotou —, como a Avenida Atlântica, o Parque do Flamengo e o Palácio Gustavo Capanema, entre outros.
+ Últimos dias para ver espetáculo de Deborah Colker na Cidade das Artes
Na sequência estão, projetos por todas as regiões do Brasil, como o Ibirapuera e o Itamaraty, seguidos dos projetos residenciais e públicos, que exibem o forte caráter pictórico de seus trabalhos, como frisa Cavalcanti. A sala dedicada à pintura revela o percurso da figuração à abstração percorrido por Burle Marx, que foi aluno de Guignard e assistente de Portinari. A mostra se encerra exibindo maquetes e grandes painéis, com muitos inéditos.
Instituto Casa Roberto Marinho Rua Cosme Velho, 1.105, Cosme Velho. Abertura: sáb. (30), 12h/18h. Visitação: ter. a dom., das 12h/18h (aos sábados, domingos e feriados, a área verde e a cafeteria funcionam a partir de 9h).
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui