Afetos em jogo
Exilados, no Solar de Botafogo, aborda um triângulo amoroso pela pena de James Joyce
AVALIAÇÃO ✪✪✪??
Autor de obras-primas da literatura, como Ulisses, Retrato do Artista Quando Jovem e Finnegans Wake, o irlandês James Joyce (1882-1941) escreveu um único texto teatral. Exilados, publicado em 1918, ganhou o palco do Solar de Botafogo em montagem dirigida por Ruy Guerra. O cineasta volta à função após um intervalo de mais de três décadas.
Passada em Dublin em 1912, a trama apresenta um triângulo amoroso formado pelo escritor Richard (Gustavo Machado), que acabou de retornar do exílio, sua mulher, Bertha (Franciely Freduzeski), e o melhor amigo dele, o jornalista Robert (Álamo Facó, muito bem no papel). Estruturada em diálogos a dois, a peça vai habilmente enredando o trio em um jogo de aparências. Avesso a convenções sociais, Richard acredita estar em uma relação liberal com a esposa, mas nem sempre age de acordo. Bertha cede às investidas do pretendente, mas gostaria que o marido voltasse a amá-la como antes. Robert, por sua vez, ora se mostra leal à amizade, ora se rende à atração feminina. Joana Medeiros e Cristina Flores completam o elenco eficiente. A cenografia crua de Marcos Flaksman deixa espaço para que a palavra reine absoluta, valorizada pela iluminação cheia de climas de Maneco Quinderé.
Exilados (120min). 12 anos. Estreou em 7/7/2012. Solar de Botafogo (180 lugares). Rua General Polidoro, 180, Botafogo, ☎ 2543-5411. → Sexta e sábado, 21h; domingo, 20h. R$ 40,00 (dom.) e R$ 50,00 (sex. e sáb.). Bilheteria: 15h/21h (ter. a qui.); a partir das 15h (sex. a dom.). IC. Até dia 26.