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Elymar Santos declara seu amor pela Imperatriz Leopoldinense

Ainda criança o cantor não teve escolha, a verde e branco era parte de sua casa no bairro de Ramos

Por Pedro Moraes
Atualizado em 23 fev 2017, 18h16 - Publicado em 23 fev 2017, 18h00
Elymar Santos
(Daryan Dornelles/Veja Rio)

Palhaços sujos de lama, as fantasias despedaçadas, ganharam as ruas de Ramos pela manhã, em um dia de Carnaval no início dos anos 60. O cortejo triste formado por foliões da Imperatriz Leopoldinense, orgulho do bairro, confirmava os comentários ouvidos no rádio: o desfile da véspera tinha sido um desastre. Elymar Santos, 64 anos, sofria quando, garoto, via tão maltratada a escola que, desde sempre, fazia parte de sua vida. No número 251 da Rua Sebastião de Carvalho, na subida do Morro do Alemão, onde morava, sua mãe, Amely dos Santos, fazia as unhas da porta-bandeira da agremiação toda semana. “A Imperatriz estava dentro da minha casa, não tive escolha. É como família. Era uma depressão quando passava vergonha no desfile, eu sonhava em ser cantor para ajudá-la a virar uma Portela”, lembra. A vontade de colaborar já deu em trapalhada. Aos 28 anos, em 1980 — aliás, quando a Imperatriz ganhou o primeiro de seus oito títulos —, o garoto da Zona da Leopoldina decidiu desfilar, mas não tinha capital para tanto. Improvisou uma roupa de índio e infiltrou-se nas alas. “Não sabia o que fazer, estava desorientado, acabei expulso. Foi uma humilhação”, conta. Em momento bem mais feliz, marco da virada na sua carreira artística, a verde, branco e ouro também estava presente. Ele era um bem-sucedido cantor de churrascaria quando, em novembro de 1985, alugou a histórica — e extinta — casa de espetáculos Canecão para se apresentar por lá. O show, acontecimento que deu fama ao intérprete romântico de hits como Taras e Manias e Escancarando de Vez, teve a participação de ritmistas da sua escola do coração. “Queria tanto ajudar, mas, na verdade, foi a Imperatriz que me ajudou”, conta. Modéstia: o enredo de 2014, Arthur X — O Reino do Galinho de Ouro na Corte da Imperatriz, homenagem ao craque rubro-negro Zico, foi defendido na Sapucaí por um samba de Elymar. “Chorei feito criança”, lembra. A casa na subida do Alemão faz parte do passado, mas o cantor, que hoje mora no Leblon, mantém um apartamento perto da quadra. “A gente sai de Ramos, mas Ramos não sai da gente”, reconhece.

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