Drag queens internacionais são atrações em festas da cidade
Estrelas do reality show americano RuPaul's Drag Race, artistas cuidam da folia depois do Carnaval
Timothy Wilcots, Daniel Donigan, Karl Westerberg e Daniel Noriega estão de malas prontas para desembarcar no Brasil. Muitas malas. Cheias de vestidos de cores berrantes, sapatos de salto bem alto, maquiagem abundante e perucas que desafiam a gravidade. O nome deles no passaporte não importa tanto assim. Nos palcos e nas pistas de dança, eles são elas, drag queens conhecidas, pela ordem, como Latrice Royale, Milk, Manila Luzon e Adore Delano. Reveladas no reality show americano RuPaul’s Drag Race, essas divas contemporâneas são a nova sensação da noite carioca. Estrela maior do mundo drag, RuPaul apresenta o programa, que, dedicado a buscar suas sucessoras, está a caminho da sétima temporada e é exibido por aqui no site Netflix. Alaska (née Justin Honard), participante da quinta edição do reality, animou a festa Priscilla, em janeiro, que teve os seus 700 ingressos esgotados dias antes do agito.
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As atrações de maquiagem e figurinos espalhafatosos ganham cachês que chegam a 30 000 reais, mais os custos com passagem e hospedagem, para fazer apresentações curtas, em torno de quinze minutos, com números de dublagem musical, caretas hilárias e interpretação de canções próprias. É o suficiente para levar o público ao delírio. Como acontece com os maiores astros pop, além dos convites para a festa, há a opção de pagar mais caro para tirar fotos com as artistas no sistema meet and greet.
No Rio, onde brilharam de Madame Satã (1900-1976) a Laura de Vison (1939-2007), a figura do artista transformista não é exatamente inédita. A novidade vem dos ventos democráticos que transformam drags nacionais e estrangeiras em sucesso de público, aplaudidas por espectadores de orientação sexual variada. “As festas também ajudam a derrubar preconceitos”, opina Fabricio Longo, produtor da Fabulosa, que levará Manila Luzon ao Espaço Sacadura, com capacidade para 800 pessoas, em março. Fica a lição: a folia, no mundo drag, é aberta para quem chegar e dura o ano inteiro.
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