Tremenda viagem
Documentário registra expedições pelo Brasil que resultaram no trabalho do artista plástico Cildo Meireles
Em 2000, no Museu de Arte Moderna, uma grande retrospectiva dedicada ao artista carioca trazia, entre outras obras, Ku Kka Ka Kka: a instalação, uma estufa, acessível ao público através de uma porta de vidro, guardava, de um lado, flores verdadeiras e excrementos de mentirinha. Do outro, no mesmo ambiente fechado, flores artificiais e fezes de verdade. Não espere, portanto, nada previsível da estrela do documentário Ouvir o Rio: uma Escultura Sonora de Cildo Meireles. Dirigido por Marcela Lordy, com produção do Itaú Cultural, o filme registra a busca do artista plástico Cildo Meireles pelo som das águas Brasil afora. Ele e equipe passaram pela Estação Ecológica de Águas Emendadas, perto de Brasília, pelas cachoeiras de Foz do Iguaçu, no Paraná, pela foz do Rio São Francisco, entre os estados de Alagoas e Sergipe, e testemunharam a pororoca do Rio Araguari, no Amapá. De volta ao estúdio, o som de rios e cascatas juntou-se a imagens e sons variados, de música incidental a gargalhadas, para resultar em rio oir, uma escultura sonora, mais um surpreendente trabalho de Meireles.
Ouvir o Rio: uma Escultura Sonora de Cildo Meireles, de Marcela Lordy (Brasil, 2013, 79min). Livre. Espaço Itaú de Cinema. Grátis. Estreia prevista para sexta (8).