Dez programas imperdíveis para o fim de semana
VEJA RIO selecionou atrações para deixar seu fim de semana mais animado. Destaque para o show dos Novos Baianos, no Metropolitan
Cabeça (um documentário cênico).
No início, uma barulhenta passagem de som abafa vozes em off que explicam o que é o rock. Depois começa o show: no espetáculo que celebra trinta anos do disco Cabeça Dinossauro, da banda Titãs, o carismático elenco com oito integrantes interpreta ao vivo, e na sequência original, as doze faixas — lado A e lado B são divididos por intervalo. Contexto histórico e emocionados relatos pessoais completam a montagem. Com direção de Felipe Vidal, também em cena, a peça mostra como as letras, escritas na década de 80, permanecem bastante atuais (120min). 16 anos. Teatro Ipanema. Rua Prudente de Morais, 824, Ipanema. Sábado a segunda, 20h. R$ 30,00. Até o dia 20.
Charles Aznavour
Lenda viva da chanson, Charles Aznavour anunciou, em 2006, sua suposta turnê de despedida, que chegou ao Rio dois anos depois. Ainda voltaria no mesmo ano e em 2013. Aos 92 anos, para deleite dos fãs, ele nunca abandonou os palcos — e retorna para mais um desfile de sucessos. Gravado por astros como Elton John, Bob Dylan e Elvis Costello, além da madrinha e diva da música francesa Edith Piaf, o compositor e intérprete francês de origem armênia, com mais de 100 milhões de discos vendidos, promete arrebatar a plateia com clássicos como She, La Bohème e Que C’est Triste Venise. Alguns setores já estão esgotados. Vivo Rio. Avenida Infante Dom Henrique, 85, Flamengo. Sábado (18), 22h. R$ 250,00 (setor 2) a R$ 500,00 (vip e camarote A).
Clarice Flacão
Acompanhada pela banda Exército de Bebês, Clarice Falcão mistura inéditas e esquetes na gravação do DVD Especial do Ano Todo. Teatro Bradesco. Avenida das Américas, 3900, Barra (VillageMall). Sábado (18), 21h. R$ 80,00 (frisa) a R$ 120,00 (plateia baixa).
Gaudí: Barcelona, 1900
Um artista de estilo único domina a mostra Gaudí: Barcelona, 1900, a próxima atração do MAM. O acervo reúne 46 maquetes, três delas em grandes dimensões, de obras do arquiteto catalão Antoni Gaudí (1852-1926), a exemplo do famoso e inacabado templo da Sagrada Família (foto). Peças de design, entre objetos e mobiliário, refletem a influência de Gaudí na trajetória do modernismo em Barcelona. Completam a coleção trabalhos de contemporâneos como os pintores Ramón Casas e Santiago Rusiñol. Museu de Arte Moderna. Avenida Infante Dom Henrique, 85, Flamengo. Terça a sexta, 12h às 18h; sábado e domingo, 11h às 18h. R$ 14,00. A partir de quinta (16). Até 30 de abril.
Kong — A Ilha da Caveira
A primeira qualidade de Kong — A Ilha da Caveira está no desvio da zona de conforto ao não ser uma refilmagem de King Kong, que já teve três versões (1933, 1976 e 2005). Ambientada em 1973, a trama mostra o interesse do explorador Bill Randa (John Goodman) em desbravar uma ilha desconhecida no Pacífico. Após conseguir o apoio de um político, Randa parte para o Vietnã acompanhado de um geólogo e lá contrata um mercenário (Tom Hiddleston) capaz de rastrear o local. A fotógrafa Mason Weaver (Brie Larson) se junta ao grupo, composto também de militares. Essa longa (mas necessária) abertura para apresentar os personagens vem com uma pegada pop-retrô, em uma referência ao cult Apocalypse Now. Quando eles chegam ao destino, Kong (maior e mais ereto que o gorila de 2005) logo aparece — eis outro ponto positivo para não enrolar a plateia. Os efeitos visuais impressionam, há eficiente ambiência de terror e o surgimento de novas criaturas. Mas nem tudo é perfeito. Entre o grande prólogo e o saboroso epílogo, o roteiro anda em círculos, deixando a narrativa frouxa e arrastada. Direção: Jordan Vogt-Roberts (Kong: Skull Island, EUA, 2017, 118min). 12 anos.
Marcelo Yuka
Ex-baterista d’O Rappa e autor dos maiores hits da banda, Marcelo Yuka rompe jejum de mais de dez anos para lançar Canções para Depois do Ódio. Sua estreia-solo, o disco é também o primeiro desde Sangue Audiência (2005), com o F.U.R.T.O., conjunto formado após sua saída do antigo grupo. O novo álbum mescla ritmos afro-brasileiros ao dub, na voz dos cantores Bukassa Kabengele, belga de origem congolesa, Céu, Bárbara Mendes e Cibelle, convidada do show, com Black Alien. Abertura da Abayomy Afrobeat Orquestra. Circo Voador. Arcos da Lapa, s/nº, Lapa. Sexta (17), 22h. R$ 60,00.
Morte Acidental de um Anarquista
Os limites entre palco e plateia (a chamada “quarta parede”) somem sem deixar vestígios nesta adaptação da famosa peça do italiano Dario Fo (1926-2016). O público participa da encenação comandada por Hugo Coelho, diretor e responsável pela tradução do texto, respondendo a perguntas feitas pelos atores durante a sessão. Na trama, inspirada em episódio real, um louco intervém na investigação do misterioso caso de um anarquista que morre após ser detido pela explosão de uma bomba em Roma. O papel principal é defendido por um divertido — mas muitas vezes histriônico — Dan Stulbach. A seu lado, Henrique Stroeter e Riba Carlovich se destacam entre os coadjuvantes como, respectivamente, o Delegado e o Secretário de Segurança. Com forte pegada nonsense, o espetáculo começa com o elenco contando a história por trás de sua produção. A experiência é, no mínimo, curiosa (100min). 12 anos. Teatro dos Quatro. Rua Marquês de São Vicente, 52, Gávea. Sexta, 21h; sábado, 19h30 e 22h; domingo, 20h. R$ 70,00 a R$ 80,00. Até 2 de abril.
Novos Baianos
Em agosto, na estreia carioca da turnê Acabou Chorare, que reuniu os Novos Baianos (em ótima forma) após dezessete anos, a plateia mal se conteve nas mesas e ocupou os corredores do Metropolitan para dançar ao som de hits atemporais, como O Samba da Minha Terra, Brasil Pandeiro, A Menina Dança e Besta É Tu. No fim do delicioso percurso, Baby do Brasil prometeu uma volta em breve, com uma configuração mais favorável aos fãs animados. Promessa cumprida: a cantora e os parceiros Moraes Moreira, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão retornam à casa na Barra, tinindo e trincando, para gravar o DVD da turnê. E, desta vez, o público terá a pista toda para se esbaldar. Metropolitan. Avenida Ayrton Senna, 3000 (Shopping Via Parque), Barra. Sexta (17), 22h. R$ 100,00 (poltrona e pista, 1º lote) a R$ 250,00 (camarote).
Silêncio
De Taxi Driver (1976) a O Lobo de Wall Street (2013), passando por Cassino (1995) e Ilha do Medo (2010), a carreira do genial diretor Martin Scorsese vem sendo pautada por filmes pulsantes. Silêncio filia-se aos seus raros trabalhos mais contemplativos, como Kundun. Inspirada no livro de Shusaku Endo, a história se desenrola no Japão do século XVII. Preocupados com a notícia de que seu mentor (Liam Neeson) está desaparecido e abandonou o cristianismo, os padres jesuítas portugueses Garupe (Adam Driver) e Rodrigues (Andrew Garfield, na foto) partem para as terras orientais. Lá, encontram japoneses perseguidos por ser cristãos. Scorsese põe o dedo na ferida sem firulas, fazendo um registro pontuado de torturas e mortes horrendas. Embora o filme seja extenso, o retrato da intolerância religiosa, situado quatro séculos atrás, cai bem para os tempos atuais. Direção: Martin Scorsese (Silence, EUA/Taiwan/México, 2016, 161min). 14 anos.
Tra-La-Lá
Ideia da atriz, cantora e flautista Anna Bello, em cena como Dona Juju Balangandã, o musical é um primor. Ana Paula Abreu dirige o texto de Vanessa Dantas, inspirado no universo poético do compositor Lamartine Babo (1904-1963). Embaladas por sucessos como Aeiou, Cantores do Rádio e No Rancho Fundo, além de marchinhas e hinos de futebol, todos da lavra de Lamartine, duas histórias de amor ganham o palco — os adolescentes Pedro (Daniel Haidar) e Tina (Isabela Rescala) se apaixonam enquanto ajudam Seu Voronoff (Leonardo Miranda) a conquistar Dona Juju. Rec.: a partir de 3 anos. Estreou em 14/1/2017. Oi Futuro Ipanema. Rua Visconde de Pirajá, 57. Sábado e domingo, 16h. R$ 20,00. Até dia 26.