Deborah Evelyn estrela Hora Amarela
Em drama do americano Adam Rapp, atriz vive uma mulher que se abriga da guerra em um futuro apocalíptico
AVALIAÇÃO ✪✪✪
Sozinha em uma espécie de bunker, Ellen (Deborah Evelyn) abriga-se da guerra em uma metrópole sitiada no que parece ser um futuro apocalíptico. À espera do marido, que há dias partiu em busca de comida, ela tenta manter-se viva, enquanto outras pessoas (vividas por Daniel Infantini, Isabel Wilker, Emílio de Mello, Daniele do Rosario e Darlan Cunha), por razões distintas, adentram seu esconderijo. Um interessante paradoxo se evidencia em Hora Amarela, drama do americano Adam Rapp: tomadas isoladamente, as cenas são prenhes de ação (às vezes com direito a lutas físicas e tiros), mas, em conjunto, parecem não levar a protagonista a uma transformação efetiva. O que a princípio soa como um problema da dramaturgia é, na verdade, a chave para a sua compreensão: não é exatamente essa a situação de Ellen, lutando dia a dia pela mera sobrevivência, em si mesma um prêmio? Com auxílio fundamentaldo cenário de Daniela Thomas e Camila Schmidt, da luz de Maneco Quinderé e dos figurinos de Cassio Brasil, a diretora Monique Gardenberg envolve essa reflexão sobre a resiliência em uma atmosfera algo cinematográfica. Com pouco tempo em cena, os coadjuvantes praticamente existem em função da protagonista, defendida de maneira crível por Deborah (80min). 16 anos.
Centro Cultural Banco do Brasil — Teatro II (158 lugares). Rua Primeiro de Março, 66, Centro, ☎ 3808-2020. → Quinta a domingo, 19h30. R$ 10,00. Bilheteria: a partir das 10h (qui. a dom.). Até 8 de fevereiro. Reestreia prometida para quinta (8).
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