Debate entre Freixo e Crivella é marcado por ataques pessoais
O primeiro golpe partiu do candidato do PSOL, que citou um livro escrito e publicado pelo rival que classifica rituais católicos como “práticas demoníacas”
A campanha pela prefeitura do Rio entrou em um novo patamar a partir da noite de terça-feira (18). Em um debate organizado por VEJA, VEJA RIO, Rede TV, UOL e Facebook, realizado no hotel Windsor, na Barra da Tijuca, Marcelo Freixo (PSOL) e Marcelo Crivella (PRB) deixaram de lado o discurso brando e focado em propostas de governo para se atacar mutuamente. O primeiro golpe partiu de Freixo, que citou um livro escrito e publicado pelo rival que classifica rituais católicos como “práticas demoníacas”. “Como alguém com tanto ódio pode querer ser prefeito do Rio?”, perguntou. Depois de se defender, dizendo que o livro foi escrito há 25 anos, na África, em um contexto completamente diverso da realidade atual, Crivella encerrou com um contra-ataque: “Ódio existe na militância do PSOL, através dos black blocs, inclusive com sangue nas mãos de cada um de vocês”, disse, em referência à morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um morteiro disparado por manifestantes em um protesto em 2014. Na tréplica, Freixo negou o vínculo com os militantes estudantis radicais e voltou a relacionar o adversário à Igreja Universal do Reino de Deus, fundada por seu tio, Edir Macedo.
O bate-boca prosseguiu, desta vez com o candidato do PSOL citando a presença, na equipe de campanha de Crivella, de Rodrigo Bethlem, ex-secretário de Eduardo Paes que deixou o governo do peemedebista sob a acusação de corrupção. Também questionou o apoio dado à candidatura pela filha de um vereador preso acusado de participar da milícia na Zona Oeste. “É impressionante o que você é capaz de fazer para ter o poder. Não vou descer o nível e dizer que você é canalha, safado, vagabundo. Não vou fazer isso”, afirmou Crivella. Repleto de palavras duras, o debate refletiu de forma cristalina o momento da disputa. A hora do tudo ou nada chegou.