Crítica: Lars von Trier ganha excelente adaptação teatral
Juliane Bodini brilha no musical "Dançando no Escuro"
Dançando no Escuro. O barulho produzido pelo elenco e o grandioso cenário de Mina Quental levam o espectador ao duro cotidiano de uma fábrica. Lá, a imigrante checa Selma Jezková trabalha exaustivamente para bancar a operação de seu filho, prestes a perder a visão, enquanto sonha com o universo dos musicais. Adaptação do filme Dançando no Escuro, de Lars von Trier, a peça é bastante fiel na carga emocional e nas reviravoltas da história. As poucas alusões à política brasileira (e carioca) são muito bem encaixadas. Idealizadora do projeto, Juliane Bodini (no centro da foto) encarna a protagonista (vivida pela cantora Björk no cinema) de maneira impecável: esbanja potência vocal e intensidade dramática à frente do elenco, dirigido por Dani Barros. Agradáveis surpresas, como um boneco transformado em personagem, pontuam a sessão, dividida por pequeno intervalo. São detalhes que conspiram para que a plateia saia do teatro bastante emocionada (120min). 14 anos. Sesc Ginástico. Avenida Graça Aranha, 187, Centro. Quinta a sábado, 19h; domingo, 18h. R$ 30,00. Até o dia 19.