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Cleonice Berardinelli, imortal da ABL, ganha memorial no Real Gabinete

Professora e pesquisadora era frequentadora do espaço, que abrirá para visitação a partir do dia 5 de setembro, sob agendamento

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 29 ago 2023, 17h36 - Publicado em 29 ago 2023, 17h21
Cleonice Berardinelli é uma mulher branca de cabelos brancos
Cleonice Berardinelli: Real Gabinete Português de Leitura terá memorial em homenagem à imoral da ABL (Guilherme Gonçalves/ABL/Divulgação)
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O Real Gabinete Português de Leitura, no Centro, inaugurou nesta segunda (28) o Memorial Cleonice Berardinelli, em homenagem à imortal da ABL e especialista em literatura portuguesa, no dia em que se comemoraram os 107 anos de seu nascimento.

Morta em janeiro deste ano, Cleonice Berardinelli (1916-2023), que frequentou o local constantemente entre 1947 e 2014, deixou parte do seu acervo para a instituição. São elementos biográficos (como fotos, cartas e objetos pessoais) e profissionais (como estudos, livros e prêmios), agora abrigados na Galeria dos Estuques, no segundo andar de um prédio anexo.

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Entre as relíquias, está o programa de um espetáculo de Paulo Setúbal, encenado no Teatro Municipal de São Paulo em 1926, em celebração ao centenário da imperatriz Lepoldina. A futura professora e pesquisadora, então com 10 anos, interpretou D. Maria da Glória, filha da monarca, e aparece numa foto em preto e branco.

Ela foi a primeira a defender uma tese sobre Fernando Pessoa no Brasil, em 1958, e a segunda no mundo. O documento original (intitulado Poesia e Poética de Fernando Pessoa) agora está disponível, assim como as anotações que ela fez durante a sua arguição pela banca.

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A tese, que deve ser publicada pela primeira vez em livro em 2024, pela Colecção Pessoa, da editora Tinta-da-China, é reconhecida pelo pioneirismo em abordar diversas questões sobre o autor que se tornariam importantes na análise de sua obra.

O público também poderá conhecer os diários de estudos que a professora manteve a partir de 1945, durante seu doutorado em cantigas medievais (antes de enveredar pelo estudo de Fernando Pessoa), com anotações a respeito dos assuntos sobre os quais estava se debruçando.

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Outros itens agora expostos ao público são o fardão da ABL, sua coleção de bibelôs em formato de coruja e uma coleção de livros de outros autores autografados (para ela ou para amigos seus), como Levantado do Chão (1980), de José Saramago, com dedicatória a Cleonice.

Rua Luís de Camões, 30, Centro. Ter, qua. e qui, 15h/16h30 (a cada meia hora). É preciso fazer agendamento prévio pelo telefone: 2221-3138.

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