“Sou eu exacerbadamente”, diz Chico Chico sobre performance no palco
Tímido como a mãe, cantor e compositor filho de Cássia Eller faz no Circo Voador show de lançamento de novo disco com ingressos esgotados
“Não nego, sigo sendo uma farsa; estou velho, mas canções não têm data; se eu canto, tudo em volta se cala.” Os versos autocríticos e sinceros da canção Farsa, do cantor e compositor Chico Chico, dão uma pista sobre Let It Burn – Deixa Arder (Deck), seu terceiro disco. Aos 32 anos, o filho de Cássia Eller (1962-2001) resolveu encarar a timidez e escancarar a própria alma com maturidade e um raro domínio de cena e voz.
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Os ingressos para o show de lançamento do álbum, marcado para a próxima quinta (13), no Circo Voador, se esgotaram rapidamente, apontando a força do músico junto ao seu público. “Não sei o que acontece quando estou no palco. Parece um personagem, porque sou eu, mas exacerbadamente”, explica, evidenciando o acanhamento e o carisma herdados da mãe famosa.
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“Quando o conheci, era um cotoco de gente. Agora, somos colegas, trabalhamos com o mesmo engenheiro de som, o Andreas Sepulveda, e temos nos divertido ao tocar juntos”, observa Lenine, com presença confirmada sob a lona na Lapa, tocando Hora H e Lugarzinho, do novo álbum de Chico Chico, e Castanho e Leão do Norte, de sua autoria.
Filho de uma das mais representativas vozes brasileiras, a estreia de Francisco Ribeiro Eller cantando num palco foi com a bênção da percussionista Lan Lahn, que integrou a banda de Cássia por 8 anos. “Ele tinha 10 anos e cantou Planet Hemp com dois amigos durante uma apresentação da minha banda, Lan Lahn e Os Elaines. Estava apreensivo, mas foi com medo mesmo. E arrasou”, relembra a amiga, que ensinou o menino a tocar pandeiro e preparar arroz. “Ele tem um timbre familiar, mas uma personalidade muito expressiva”, orgulha-se Lan Lahn.
artista muito original, além de um cantor absurdo”, diz a percurssionista Lan Lahn (./Arquivo pessoal)
O novo disco tem dezesseis faixas autorais, além de quatro releituras, como Vila do Sossego, de Zé Ramalho. Músicas como Tanto pra Dizer e Tempo de Louças são declarações de amor sem pudores à atriz Luisa Arraes, com quem se relaciona desde o início do ano passado e a quem não cansa de enaltecer e agradecer. “Ela botou pilha para que eu entrasse na terapia, algo que todo mundo deveria fazer”, afirma Chico Chico, que também é acompanhado por uma psiquiatra e passou a frequentar o grupo Centro Vida, em Botafogo, para tratar a dependência química. Em entrevista ao jornal O Globo, ele revelou estar sóbrio, mas não quis voltar ao assunto.
Ao se confrontar com os sentimentos mais profundos, o músico sentiu a necessidade de compor em inglês. É o caso de Heal Me (Cure-Me) e Two Mother’s Blues (Blues das Duas Mães), que falam sobre a perda do pai, o baixista Tavinho Fialho (1960-1993), que não chegou a conhecer, e a bênção de ter sido criado por duas mães, homenageando Maria Eugênia Costa, viúva de Cássia. “Definitivamente, Chico Chico amadureceu e, neste álbum, aborda temas pessoais com coragem. Essa nova fase certamente vai ser muito produtiva para ele”, profetiza a escritora e pesquisadora musical Chris Fuscaldo.
“Para mim, ele é uma espécie de prece de salvação e uma maneira de entender o mundo”, define Luísa Arraes, que ao se apaixonar pelo músico começou a compor, cantar e tocar. Até janeiro, a agenda do carioca conta com mais doze shows pelo Brasil. E, por querer mais, ele trocou de empresário e concordou em assumir um perfil midiático. “Tenho que dar entrevistas para divulgar meu trabalho. Não é confortável, mas tenho sofrido menos”, confessa. Ótima notícia para ouvidos atentos.
se desenvolvendo”, resume Nando Reis, que tocou com Chico Chico no Coala Festival (@coalafestival/Instagram)
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