Carlos Burle e Gordo
O primeiro entrou para o Livro dos Recordes ao pegar uma onda da altura de um prédio de sete andares. O outro, craque dos tubos longos, vai pelo mesmo caminho

Qual dos dois tem mais idade? Olhando esta foto rapidamente, fica difícil apontar com certeza. Parece que o surfe ajuda mesmo seus praticantes a envelhecer bem. Tanto Carlos Burle quanto Gordo são especialistas de um esporte em que o sangue-frio é fundamental: são caçadores de ondas gigantescas, os chamados ?big riders?. Aquele que está dando um tapinha nas costas do parceiro é Burle, 43 anos, pernambucano radicado na Barra que, em 2001, entrou para o Livro dos Recordes ao domar uma onda de 22 metros em Mavericks, na Califórnia. Três anos antes, havia se sagrado campeão mundial, no México. À frente de uma escolinha no Rio, ele tem como hobby o pranchão e pensa em contar em livro suas aventuras mundo afora. Acredita que a modalidade esteja no auge no Brasil, ?mais madura e estabilizada?. Chamado a dar conselhos aos mais jovens, o experiente surfista enfatiza o ponto-chave para o sucesso: o amor ao que se faz. Que o ouça direitinho Felipe Cesarano, o Gordo. Aos 24 anos, o moço começa a construir sólida carreira na espuma: especialista em tubos longos, subiu ao pódio em etapas recentes do Mundial de Ondas Grandes. No Rio, eles costumam cair na água no Recreio e na Prainha. ?Ali tem lugar para todos?, diz Gordo, apoiado pelo colega mais velho.