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Grátis: seis peças para assistir on-line nesta semana

Há experimentações cênicas da atriz Teuda Bara e do diretor Ivan Sugahara entre as opções

Por Marcela Capobianco
Atualizado em 9 jul 2020, 18h40 - Publicado em 7 jul 2020, 15h29
Hilton Cobra: ator vai apresentar monólogo em casa, em Santa Teresa (Kaian Alves/Divulgação)
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O teatro pela internet tornou-se uma realidade em tempos de pandemia. A cada semana, mais atores, diretores e encenadores resolvem se aventurar encenando espetáculos através de telas, muitas vezes sem sair de casa. Os resultados têm sido interessantes. Veja a agenda de peças desta semana:

+ Drive-In: chegou a vez dos shows

No interior.

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No Interior: monólogo com Danielle Oliveira traça paralelo entre vida em hospício e confinamento (Divulgação/Divulgação)

Com dramaturgia e direção de Ivan Sugahara, o monólogo estreia nesta quinta (9), às 20h, pelo aplicativo Zoom, de forma gratuita. Interpretada por Danielle Oliveira, a peça sobrepõe a experiência manicomial vivida pela escritora Maura Lopes Cançado na década de 1960, relatada no livro Hospício É Deus, e o período de confinamento, durante a pandemia, vivido pela atriz. Trata-se de um plano sequência filmado com a câmera parada. A montagem integra o Projeto Trajetórias, criado por Sugahara e Oliveira que, em 2021, deve incluir a estreia de uma peça e o lançamento de um longa-metragem gestados durante a pandemia. Os ingressos são gratuitos e as reservas devem ser feitas pelo site Sympla.

Leque. Peça do dramaturgo italiano Carlo Goldoni (1707 – 1793) ganhará leitura dramatizada nesta sexta (10), a partir das 18h, pela plataforma Zoom. Os atores Sávio Moll e Giovanna de Toni se juntam a colegas da Escola de Teatro Martins Penna, da Oficina Social de Teatro e do Laboratório de Estética e Política da UFRJ para a experiẽncia teatral virtual. O espetáculo se passa em 1760, no subúrbio de Milão. Evaristo é perdidamente apaixonado por Cândida, uma senhorita que mora com a tia, Gertrude, uma viúva exigente. Depois de quebrar o leque de sua amada por acidente, o jovem fidalgo resolve comprar um novo para lhe dar de presente. O que Evaristo não poderia imaginar é que esse único objeto, aparentemente simples, se tornaria um presente tão disputado pelos vizinhos ao ponto de arriscar todo o seu plano. A realização é do Instituto Italiano de Cultura e a leitura será dirigida por Alessandra Vannucci. Há 300 vagas para os espectadores e os interessados devem se inscrever pelo e-mail centro.iicrio@esteri.it ou pelo WhatsApp: (21) 3534-4344.

+ Escola de Artes Visuais do Parque Lage terá aulas on-line

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Queria Teatro.

Teuda Bara
Queria Teatro: atriz mineira Teuda Bara contracena com o filho, Admar Fernandes (Admar Fernandes/Divulgação)

A mineira Teuda Bara, uma das fundadoras do Grupo Galpão, é um dos nomes mais significativos do teatro brasileiro. Com o Galpão, ela já encenou em ruas, praças, pátios de escola e até em uma quadra de instituição presidiária. Confinada, ela compartilha memórias e revisita espetáculos no inédito Queria Teatro, que vai encenar na sexta (10), a partir das 21h30, pelas redes do Sesc paulista. O trabalho parte, principalmente, de dois espetáculos do currículo da atriz: Doida e o recente Luta. Com participação do filho de Teuda Admar Fernandes, Queria Teatro é dedicada a colegas de profissão, e traz uma performance original, poética e bem-humorada, que provoca reflexões sobre o próprio fazer teatral. A dramaturgia é de João Santos. Para assistir, é só acessar o canal do Youtube do Sesc SP.

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Ata-me as Mãos aos Pés da Cela.

Ata-me
Ata-me: Rose Abdallah se inspirou em Medeia e Eurípedes para compôr monólogo (Marcia Otto/Divulgação)

A peça é um experimento teatral on-line do mito grego Medeia, encenado em tempo real através de plataformas digitais. Tudo se passa através de imagens e sons captados pelos computadores e celulares dos atores. A narrativa se passa em dois tempos. Num deles, Medeia adverte sobre sua real identidade e justifica ações do passado. Em outro, há uma pandemia lá fora. Medeia, entre delírios e lembranças, está prestes a fazer uma confissão. As apresentações acontecem aos sábados de julho, às 19h, pelo canal do YouTube da Companhia Banquete Cultural.

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Todo Amor Que Houver Nessa Vida.

DIVULGAÇÃO – TODO AMOR QUE HOUVER NESSA VIDA
Todo Amor Que Houver Nessa Vida: leitura dramatizada entremeada por canções da MPB (Divulgação/Divulgação)

A peça terá uma leitura dramatizada no domingo (12), às 17h. Na história, Brian O´Connor (Eliano Lettieri) é um professor universitário que descobre ser portador de uma doença degenerativa. Casado com o artista plástico Johann Weiss (Thiago Freitas), ele luta para vencer a doença e o preconceito num país cercado de moralismos e contradições: os Estados Unidos da América da última década do século passado. Apesar de ser um espetáculo LGBTQ, Todo Amor Que Houver Nessa Vida, com texto de Rogério Garcia, não levanta bandeiras políticas, apenas a do amor. Durante a leitura, o público poderá apreciar canções de Cazuza, Marisa Monte, Caio Prado entre outros artistas na voz da cantora Nana Kozak. A direção é de Julio Luz. Há a possibilidade de comprar um ingresso voluntário neste site.

Traga-me a Cabeça de Lima Barreto!

Traga-me a cabeça de Lima Barreto
Traga-me a Cabeça de Lima Barreto: monólogo com Hilton Cobra perpassa temas como eugenia e preconceito (Adeloyá Magnoni/Divulgação)

Celebrando três anos em cartaz, o monólogo estrelado pelo ator Hilton Cobra terá inédita apresentação – online e ao vivo – no domingo (12), às 21h30, pelas redes sociais do Sesc SP. Escrita pelo diretor e dramaturgo Luiz Marfuz para comemorar os 40 anos de carreira de Cobra, a peça mostra uma imaginária sessão de autópsia na cabeça de Lima Barreto, conduzida por médicos eugenistas, defensores da higienização racial no Brasil, na década de 1930. O propósito seria esclarecer “como um cérebro considerado inferior poderia ter produzido uma obra literária de porte se o privilégio da arte nobre e da boa escrita é das raças tidas como superiores?”. A partir desse embate, a peça mostra as várias facetas da personalidade e da genialidade de Lima Barreto, refletindo sobre loucura, racismo e eugenia, a obra não reconhecida e os enfrentamentos políticos e literários de sua época. A direção é de Onissajé (Fernanda Júlia). Para assistir, é só acessar o canal do Youtube do Sesc SP.

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