Três em um: aberturas nos Correios trazem reflexões sobre a vida e a morte
Michael Naify apresenta série de fotos da tragédia de Brumadinho; Renan Marcondes revela registros de performances; entre outras novidades nas artes

O corpo é o elemento cênico de Pequenas Mortes, primeira individual de Renan Marcondes, com curadoria de Tiago Sant’Ana. As obras do artista da dança — como se autodefine — mesclam performance, escultura, desenho e fotografia. Entre os destaques, o conjunto Uma Árvore Tombada Se Mede Melhor revela um grupo de performers deitados sobre 500 quilos de plantas, com ripas de madeira e flores de cemitério. O objetivo é tratar da morte como processo de descoberta e não apenas do fim da vida.
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Em Origens, o americano Michael Naify (ex-sócio da Editora Cosac Naify) apresenta uma série de cianotipias — tipo de impressão com o pigmento ciano — que percorre os dias após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (Minas Gerais), em 2019. As fotos em tom azulado mostram sua experiência com as comunidades locais do entorno da tragédia e suas visitas a outras minas de extração. Com curadoria de Shannon Botelho, é dividida em quatro eixos: mineração, religiosidade, escravidão e paisagem.

O Tempo das Coisas Vivas tem como ponto de partida o conceito de ecosofia — inspirado no pensamento do sociólogo francês Michel Maffesoli, que integra ecologia e filosofia. A coletiva agrupa os artistas e estabelece diálogos entre os respectivos trabalhos. André Vargas e Cibelle Arcanjo investigam a encantaria das ervas, enquanto Beatriz Lindberg (foto) e Rodrigo Braga usam o corpo como ferramenta de mensuração do tempo. Ainda estão presentes Cildo Meireles, Ana Miguel e Yhuri Cruz, entre outros artistas.
Centro Cultural Correios. Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro. Ter. a sáb., 12h/19h. Grátis. Até 13 de setembro.