50 anos de Cosmococa: Parque Lage inicia tour comemorativo internacional
Evento gratuito recebe obra da série criada pelo artista visual Helio Oiticica e o cineasta Neville D'Almeida, que traz instalações imersivas e sensoriais
Nesta segunda (13), a piscina do Parque Lage irá receber a instalação Cosmococa/CC4 Nocagions (1973). O evento gratuito, que acontece das 19h às 22h, abre as comemorações dos 50 anos da criação das Cosmococas, uma série de instalações criada por por Hélio Oiticica e Neville D’Almeida. É a primeira parada da Cosmococa World Tour, que irá passar por cidades do Brasil e do exterior, entre elas Nova York, Los Angeles, Londres e São Paulo.
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No dia 13 de março de 1973, o artista visual e o cineasta iniciaram a série de instalações pioneiras (Quasi-Cinemas), que chamaram de Cosmococas — Programa in Progress, com projeções, trilhas sonoras e proposições para o espectador, que já que as obras são imersivas.
Cosmococa/CC4 Nocagions (1973/2023) tem dois projetores digitais, trilha sonora de John Cage (1912-1992) e slides. Duas telas, colocadas em bordas opostas da piscina, irão exibir imagens do livro Notations (Notações, em inglês), de Cage, com uma coleção de seus manuscritos musicais. Sobre a capa do livro, Hélio e Neville fizeram intervenções, às quais chamaram “mancoquilagens“.
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O público a é convidado entrar na piscina — que recebe uma luz verde, formando um padrão geométrico — e interagir com o trabalho. A obra foi dedicada aos poetas concretos Augusto e Haroldo de Campos. Em 2013, a CC4 Nocagions foi a sensação da Berlinale, o Festival Internacional de Cinema de Berlim.
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O nome Cosmococa foi inventado por Neville e é derivado da palavra “cocaína”, psicoativo que altera o estado da mente, usado aqui como intervenção sobre as capas de livros, discos e revistas, chamadas de “mancoquilagens”. O termo é uma fusão do nome Manco Cápac (fundador do Império Inca, cultura que fazia uso da folha de coca, que hoje é a base da produção de cocaína) com a palavra maquilagem (maquiagem).
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Hélio Oiticica e Neville D’Almeida haviam planejado fazer um filme e, em 1973, em um encontro em Nova York, desenvolveram uma série de slides nos quais a câmera fotográfica foi usada como filmadora, processo batizado pelo artista visual de Quasi-Cinema. Na montagem, eles usaram as imagens com duração de alguns segundos, ao contrário das habituais 24 imagens por segundo do cinema. Isso exige uma atenção maior do público, que se torna uma peça fundamental na obra.
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Cosmococas — Programa in Progress é uma série de 11 instalações multimídias imersivo-sensoriais — cinco grandes, públicas, e seis versões mais simples, domésticas (ou privês, como os artistas chamavam) — que criam diversas formas de participação do público.
Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Rua Jardim Botânico, 414. Seg. (13), 19h/22h. Grátis.
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