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Cinco programas imperdíveis para o fim de semana

Confira a seleção especial de VEJA RIO para deixar seu fim de semana ainda mais animado

Por Redação
Atualizado em 2 jun 2017, 12h52 - Publicado em 4 dez 2014, 10h00
Nômades
Nômades (Guga Melgar/Divulgação/)
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1 – Assistir à peça Nômades

 

“Vocês estão me vendo?”, indaga a personagem de Andréa Beltrão às de Malu Galli e Mariana Lima. “Sim”, elas respondem. A primeira, então, move ligeiramente o corpo para dentro da sombra e repete a pergunta. E de novo, e mais uma vez, até ser totalmente envolvida pela escuridão. Um dos trechos mais bonitos deNômades, o diálogo traduz com força poética o que parece ser, senão a única, talvez a reflexão central da peça, a respeitoda transitoriedade. Criação coletiva do diretor Marcio Abreu e de Patrick Pessoa, com colaboração ativa do elenco e de Newton Moreno, a dramaturgia tem como fio condutor a relação entre três amigas íntimas — Andréa, Malu e Mariana, nenhuma delas identificada por um nome — surpreendidas pela morte repentina de uma quarta, igualmente próxima. Os desdobramentos do luto estão em cena: uma está tão abalada que se recusa a ir ao enterro, a outra se preocupa com o que os convidados vão comentar ao vê-las juntas, a terceira faz um belo discurso aos enlutados e todas se entregam a uma bebedeira para celebrar a amizade. No entanto, tudo se configura mais como mote narrativo do que uma trama convencional, daquelas com início, meioe fim. A essa linha vão se cruzando fragmentosde teatralidade, ora em intrigantes momentos nos quais as atrizes parecem estar falando de si mesmas (as personagens, inclusive, são atrizes), ora em quebras da quarta parede, com todas se dirigindo à plateia, e notadamente em números musicais que podem sugerir a potência transitória da canção. Donna Summer, Maria Bethânia, The Cure, Tom Jobim, Nirvana e Michael Jackson marcam presença, primeiro em performances inteiramente dubladas, que vão ganhando as vozes das atrizes ao longo da sessão. Explicando, parece complicado, mas sob a batuta de Abreu (responsável pelo cenário ao lado de Fernando Marés, lindamente iluminado por Nadja Naira), tudo funciona como um relógio suíço, sem pôr de lado a emoção. Arrebatadoras individualmente, e exibindo ainda mais vitalidade em conjunto, Andréa, Malu e Mariana são a perfeita tradução do grande paradoxo do teatro: uma experiência efêmera (transitória, como nômades?), mas que, por vezes, marca profundamente a memória (80min). 14 anos. Estreou em 17/10/2014.

Teatro Poeira (162 lugares). Rua São João Batista, 104, Botafogo, ☎ 2537-8053. → Quinta a sábado, 21h; domingo, 20h. Bilheteria: a partir das15h (qui. a dom.). R$ 80,00.Até 21 de dezembro.

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2 – Pegar um cineminha com o filme Boa Sorte

boa sorte
boa sorte ()

Depois de dar um show na pele da protagonista do sucesso de bilheteria Bruna Surfistinha (2011), a atriz Deborah Secco se despe novamente do glamour para interpretar Judite, neste primeiro longa de ficção da diretora Carolina Jabor, filha do também cineasta Arnaldo Jabor. Viciada em drogas de todos os tipos, a moça está internada numa clínica psiquiátrica e raras vezes recebe a visita da avó (papel de Fernanda Montenegro). A chegada de João (João Pedro Zappa) vai mudar a rotina da personagem. Internado pelos pais por ter se viciado na mistura de ansiolítico com refrigerante de laranja, esse rapagote de apenas 17 anos, ainda virgem, se encanta pela maneira livre, leve e solta de viver de Judite. Há, no entanto, uma justificativa para ela desejar as coisas de forma tão intensa: portadora do vírus da aids, está com os dias contados. A amizade entre os dois se encaminha para um incomum relacionamento. Experiente à frente das câmeras, Deborah encontra no novato Zappa o parceiro perfeito — a timidez do personagem combina muito bem com a meninice do ator de 26 anos. O drama exibe alguns momentos bem-humorados, para quebrar a sisudez do tema, embora seu desfecho seja de cortar o coração. Não à toa, Boa Sorte comoveu a plateia e faturou o prêmio do público no Festival de Paulínia deste ano. Direção: Carolina Jabor (Brasil, 2014, 86min). 16 anos. Estreou em 27/11/2014.

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3 – Curtir o show de reggae da banda Soja

Soja
Soja ()

No último dia 20, a Fundição Progresso recebeu Bunny Wailer, lendário pioneiro do reggae, parceiro de primeira hora de Bob Marley (1945-1981) e Peter Tosh (1944-1987). A vez agora é dos herdeiros: o grupo Soldiers of Jah Army, ou simplesmente Soja, como é hoje conhecido, volta ao Rio na sexta (5) para se apresentar no mesmo palco da Lapa. Criada em 1997, nos Estados Unidos, a banda só foi lançar Peace in a Time of War, o primeiro álbum, em 2002. De lá para cá, conquistou os fãs com um caldeirão sonoro que mistura rock e hip-hop à placidez do reggae mais clássico. Lançado este ano, com a participação de artistas como Damian Marley (um dos onze filhos de Bob Marley), o disco Amid the Noise and Haste é a base do repertório, mas não vão faltar sucessos como I Don’t Wanna Wait e She Still Loves Me. 18 anos.Fundição Progresso (4 000 pessoas).

Rua dos Arcos, 24, Lapa, ☎ 3212-0800. Sexta (5), 23h30. R$ 240,00 (pista, 4º lote). Bilheteria: 11h/14h e 15h/20h (seg. a qui.); a partir das 11h (sex.). https://www.fundicaoprogresso.com.br.

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4 – Conferir as obras de Ferreira Gullar em Copacabana

Ferreira Gullar
Ferreira Gullar ()
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As trinta obras do poeta maranhense em sua individual de estreia, em cartaz na Graphos: Brasil, são mais do que belas: atestam a coerência de um pensador que tem se enroscado em querelas ligadas ao valor de certa arte contemporânea, tão fincada em conceitos que parecem bulas, algo pouco adequado à apreciação estética. Pois as colagens tridimensionais de Gullar (originalmente em papel e aqui recriadas em metal) são um deleite visual — o que não é pouco. Fruto de um hobby, as criações trazem a intrigante convivência de geometrismos algo matemáticos com uma evocação do acaso em curvas sinuosas que saltam da superfície e convidam ao toque.

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Graphos: Brasil. Rua Siqueira Campos, 143 (Shopping dos Antiquários), sobreloja 129, Copacabana, ☎ 2256-3268 e 2255-8283. → Segunda a sexta, 14h às 19h; sábado,11h às 15h. Grátis. Até sábado (6).

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5 – Levar as crianças para se divertir com O Macaco e a Boneca de Piche

Ferreira Gullar
Ferreira Gullar ()

A longa e bem-sucedida trajetória da trupe carioca Centro Teatral e Etc e Tal desenvolve-se quase em silêncio. Mímica e humor são as bases de um repertório recheado de sucessos, a exemplo de O Macaco e a Boneca de Piche, espetáculo de 2002 que volta ao circuito em sessões gratuitas. No Espaço Cultural Eletrobras Furnas, Marcio Moura e Melissa Teles-Lôbo ocupam o palco sob a direção de Alvaro Assad — o trio forma a companhia desde a sua criação, em 1993. A trama é inspirada no conto popular O Macaco e a Velha. Em cena, os dois se alternam nos papéis de uma velhinha de 157 anos apaixonada por bananas e de um macaco comilão. Furiosa com as seguidas vezes em que o bicho surrupia suas frutas, a senhora centenária arquiteta um plano de vingança hilariante, terrível e quase perfeito. Na montagem, a dupla adota a técnica da pantomima literária: enquanto um dos atores narra a trama, o outro a encena diante da plateia. Direção de Alvaro Assad (60min). Rec. a partir de 5 anos. Reestreia prometida para sábado (6).

Espaço Cultural Eletrobras Furnas — Auditório (192 lugares). Rua Real Grandeza, 219, Botafogo, ☎ 2528-5166. Sábado e domingo, 18h. Grátis. Ingressos distribuídos a partir das 14h nos dias de espetáculo. Até dia 14.

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