Com trabalho elogiado, Chay Suede estrela sua segunda novela das 9
Elogiado por figurões como Dennis Carvalho, ator emenda sua segunda trama das 9 e dá adeus aos dias em que atuava fantasiado de ET em shopping center
Você se lembra do Desafio Alienígena, típica atração de shoppings, que fez sucesso uns cinco anos atrás, na qual extraterrestres assustavam as pessoas em um labirinto? Pois Chay Suede era um daqueles ETs, fantasiado, com pele escamosa, até então anônimo e divertindo gente praticamente da mesma idade dele. Antes disso, ainda menino, em Vitória, no Espírito Santo, já havia trabalhado como guia num aquário de tubarões. Em 2010, finda a adolescência, inscreveu-se (por insistência do pai) no reality show Ídolos, na TV Record, e aí veio a fama. Hoje, esse ex-marciano de show mambembe é uma das grandes promessas no elenco da TV Globo, com um contrato de três anos. No ano passado debutou em Império, e já vai emendar outra novela: Babilônia, também na faixa das 9 da noite, com estreia marcada para a segunda que vem (16).
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Em seu segundo papel em horário nobre, ele diz estar entusiasmado, mas ao mesmo tempo nervoso. Afinal, vivendo o personagem Rafael, contracenará com as veteranas Nathália Thimberg e Fernanda Montenegro. Essa última, aliás, ao perceber sua tremedeira nas primeiras cenas, chamou-o num canto e sussurrou “merda” (no meio artístico, o palavrão funciona como um “boa sorte”). Chay relaxou, ficou aliviado. Mas só um pouco, porque, além de atuar, precisa fazer aulas de lindy hop, uma dança do início do século passado, que mistura charleston e sapateado. Ele não sabe ainda como essa habilidade será utilizada na trama, mas tem se mostrado um estudante aplicado. Diretor da novela, Dennis Carvalho elogia: “Chay é talentoso. Saberá aproveitar essa oportunidade”.
Esguio, 1,78 metro, 70 quilos, Roobert-chay Rocha Filho (seu nome real) não faz o tipo galã sarado. Mais que bonito, ele é charmoso e hábil com as palavras. O namorado da modelo e atriz Laura Neiva gosta de filosofar e usa termos difíceis para provar que não é só um lindo rostinho. Parece ter conteúdo. Diferentemente de Caio Castro, antiga aposta entre novos mocinhos da emissora (que perdeu o emprego fixo pelo jeitão de bad boy), Chay segue uma linha misteriosa, algo intelectual. Tem doze tatuagens, entre elas o sinal matemático de “diferente” no braço e um verso de Oswald de Andrade escrito sobre as costelas. Julga-se péssimo cantor e ator mediano. “Estou onde estou pela misericórdia de Deus”, diverte-se.
De mudança de São Paulo para o Rio (procura um apartamento no Leblon ou em Ipanema), ele pode ser visto em comerciais, fazendo presença vip em eventos que lhe rendem até 30 000 reais numa noite (cachê igual ao de um Cauã Reymond, por exemplo) ou, ao vivo, de moto na Avenida Niemeyer. “Ali o pôr do sol é tão lindo que dá vontade de chorar”, diz. Em breve gravará o remake de Menino do Rio, filme de 1981. Será um musical dirigido por Bruno Barreto. “Chay é um artista com a mesma qualidade de Selton Mello e Wagner Moura. Dê a ele só mais alguns anos”, aposta o cineasta. Agora, é aguardar os próximos capítulos.