Animação Os Boxtrolls aposta em roupagem suave
Estúdio Laika mantém ousadia das produções anteriores Coraline e ParaNorman
O estúdio americano Laika, dos desenhos Coraline e o Mundo Secreto (2009) e ParaNorman (2012), ainda não está entre as potências da animação mundial. Mas, no quesito atrevimento, volta e meia atropela a concorrência. Sem as fofices dos musicais da Disney, suas criações em stopmotion flertam com o terror e lembram as criações delirantes de Tim Burton (o seu A Noiva Cadáver, de 2005, foi coproduzido pela companhia). O novo longa-metragem da equipe mantém a técnica e o visual dos anteriores, só que ameniza os sustos e a atmosfera dark. A roupagem suave pode desapontar quem esperava uma nova fornada de ousadias, mas torna a fita mais palatável aos menorzinhos. Extraída do livro A Gente É Monstro!, de Alan Snow, a trama traz um reino de fantasia dividido entre humanos e monstros, que, por se camuflarem em grandes caixas, são apelidados de Boxtrolls. Os conflitos ocorrem todos os dias. Para o rei, as criaturas são perigosas e devem ser exterminadas. Os seres azulados e dentuços, no entanto, mostram-se medrosos e só querem morar em paz nos subterrâneos da cidade. Entre eles vive o menino Ovo, criado desde bebê naquela comunidade e tratado como um irmão pelos estranhos bichinhos. Descontente com as ameaças sofridas por seus amigos, ele decide subir à superfície e iniciar uma revolução. ✪✪✪ Os Boxtrolls, de Graham Annable e Anthony Stacchi (The Boxtrolls, EUA, 2014, 97min). Livre. Estreou em 2/10/2014.