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Carioca note dez: Ana Maria da Silva

A auxiliar de serviços gerais Ana Maria da Silve por ter um tipo sanguíneo raro, doa sangue regularmente a portadores da síndrome do Rh nulo

Por Felipe Carneiro
Atualizado em 5 dez 2016, 13h40 - Publicado em 21 Maio 2014, 17h40

Grávida de seu primeiro filho, no fim de 1989, Ana Maria da Silva, então com 35 anos, precisou ser levada às pressas para o hospital aos sete meses de gestação. Ela sentia fortes dores no abdômen e, assim que chegou ao pronto-socorro, foi avisada de que o parto precisaria ser induzido, pois os anticorpos de seu sangue estavam rejeitando o bebê. Exames mais detalhados mostraram que ela tem uma condição muito rara, chamada síndrome do Rh nulo. Apenas uma em cada 100?000 pessoas tem essa peculiaridade, marcada pela ausência de certos antígenos na membrana dos glóbulos vermelhos. Intrigados com o caso, os médicos investigaram na família de Ana Maria se alguém mais partilhava a síndrome. Encontraram uma de suas irmãs, que, dez anos depois, também teve complicações na gestação e precisou de uma transfusão. A única pessoa com compatibilidade sanguínea, claro, era Ana Maria. “Graças a Deus eu pude ajudar minha irmã e tanta gente mais depois dela”, emociona-se.

“Ninguém recebe sangue porque quer, mas por necessidade. Doar é um pequeno gesto que significa muito para o outro”

Incluída no cadastro do Hemorio, Ana Maria já foi convidada para doar sangue a pacientes de todo o Brasil e até mesmo no exterior – há três anos, um paciente na Escócia recebeu uma bolsa com seu sangue. No entanto, ela não é uma doadora comum. Em vez de ir ao posto de coleta a cada seis meses, intervalo de tempo entre as doações para quem já tem 60 anos, Ana Maria passa por acompanhamento médico constante para que esteja apta a doar sempre que for preciso. “A síndrome do Rh nulo pode provocar anemia, por isso mantemos sempre um olho na dona Ana”, diz a médica Shirley Castilho, do Hemorio. Na maioria das vezes, ela nem sequer sabe para onde estão levando as bolsas com seu sangue. Em alguns casos, os receptores ou seus familiares fazem questão de conhecê-la. Foi o que ocorreu com os pais de Letícia, de Curitiba, que precisou do sangue ainda bebê. Até hoje a menina, que tem 10 anos, manda cartas para sua salvadora e troca telefonemas com ela. “Ninguém recebe sangue porque quer, mas por necessidade. Doar é um pequeno gesto que significa uma vida para o outro. Isso que é importante”, diz Ana Maria.

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