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Jogo de investigação chega ao Rio e testa limites em salas monitoradas

Game que se popularizou pelo mundo reúne grupos em ambientes reais para solucionar charadas. O desafio é resolver os mistérios em uma hora

Por Daniela Pessoa
Atualizado em 2 jun 2017, 12h16 - Publicado em 16 jan 2016, 00h00
Desafio 1: Corredor da Morte. Você foi preso injustamente por um crime e condenado à pena de morte. O carcereiro, Sr. Keeper, retornará em uma hora para levá-lo à cadeira elétrica. É preciso tentar escapar da cela quanto antes.
Desafio 1: Corredor da Morte. Você foi preso injustamente por um crime e condenado à pena de morte. O carcereiro, Sr. Keeper, retornará em uma hora para levá-lo à cadeira elétrica. É preciso tentar escapar da cela quanto antes. (Felipe Fittipaldi/)
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Você e seus amigos foram presos, culpados por um crime que não cometeram, e são condenados à pena de morte. Em uma hora, o carcereiro retornará para levá-los à cadeira elétrica. A missão, portanto, é escapar antes disso. Estão todos em uma cela, com a roupa do corpo, sem celular e, detalhe, algemados em duplas. Do outro lado da grade fica a sala do agente penitenciário, com mesa, estante de livros, gaveteiro e mural de retratos falados. A única forma de sair dali é desvendando as pistas deixadas por um ex-presidiário que conseguiu fugir. Para isso, além de se livrar das algemas, é necessário decifrar bilhetes secretos, códigos, quebra-cabeças e até exercícios de lógica. Tudo pode ser uma pista, desde os objetos até as mensagens rabiscadas nas paredes. É preciso fuçar, ser ágil e pôr os neurônios para funcionar. Faltando vinte minutos para a chegada do algoz, ouvem-se sirenes ao longe. É hora de acelerar o ritmo a fim de vencer o jogo em que a sintonia e a cooperação são essenciais para elucidar os mistérios. Trata-se do Escape 60, uma brincadeira no melhor estilo de games virtuais como Resident Evil e Uncharted, com a diferença de ser tudo palpável e real. “É muito divertido, digno de atração da Disney. Quero voltar para sentir essa adrenalina de novo”, conta a agente de viagens Betty Cohen, de 42 anos, moradora do Leblon, que levou o marido e a filha adolescente para testar a atração recém-­inaugurada em Copacabana.

Desafio 2: Salvem Nossas Almas (S.O.S.). Você e seus amigos foram convidados para o jantar de um excêntrico ex-colega de turma. Na casa, uma carta deixada pelo anfitrião, que na verdade está morto, avisa que todos se arrependerão pelo bullying sofrido por ele no passado. Fujam para se salvar.
Desafio 2: Salvem Nossas Almas (S.O.S.). Você e seus amigos foram convidados para o jantar de um excêntrico ex-colega de turma. Na casa, uma carta deixada pelo anfitrião, que na verdade está morto, avisa que todos se arrependerão pelo bullying sofrido por ele no passado. Fujam para se salvar. ()

Inspirada nos escape games, jogos de computador que atraem uma legião de fãs ao propor desafios para fugir de um cômodo virtual, a empresa instalada no Shopping Cassino Atlântico é a primeira do tipo a chegar à cidade. O modismo, que lembra ainda filmes como Jogos Mortais e o tradicional jogo de tabuleiro Detetive, surgiu na Ásia há cerca de três anos e se espalhou pela Europa e pelos Estados Unidos. Hoje, há cerca de 2 000 escape rooms no mundo. No site TripAdvisor, o jogo já aparece em primeiro lugar entre as dicas de entretenimento no Rio e é uma das principais atrações em grandes cidades do mundo, como Nova York, Paris e Londres. No empreendimento carioca, cinco empresários paulistas investiram 500 000 reais após inaugurar a sede em São Paulo, em julho passado. Três salas independentes, com roteiros originais e nível semelhante de dificuldade, sem restrição de idade, estão disponíveis por aqui. “O legal é perceber que, sozinho, não se vai a lugar nenhum. Você interage de verdade com seus amigos e familiares ao invés de ficar cada um num canto da mesa do restaurante vidrado no celular”, aposta José Roberto Szymonowicz, um dos sócios, que espera o mesmo movimento da capital paulista, hoje em torno de 7 000 jogadores por mês. Cada participante desembolsa 69 ou 79 reais, de acordo com a data escolhida.

Desafio 3: Operação Resgate. Sua prima desapareceu em meio a uma leva de homicídios em série. Antes, ela contou que namorava um rapaz recém-chegado à cidade, hospedado no Hotel Plaza. Uma camareira informou que havia um quarto ainda não vasculhado pela polícia. Cabe a você resgatá-la.
Desafio 3: Operação Resgate. Sua prima desapareceu em meio a uma leva de homicídios em série. Antes, ela contou que namorava um rapaz recém-chegado à cidade, hospedado no Hotel Plaza. Uma camareira informou que havia um quarto ainda não vasculhado pela polícia. Cabe a você resgatá-la. ()

Para entrar na aventura, basta reunir de quatro a oito pessoas e agendar o encontro pela internet. É possível optar, ainda, entre os três idiomas disponíveis: português, inglês e espanhol. Monitores acompanham o avanço do grupo em tempo real, através de câmeras, e, dependendo do desempenho, disparam dicas via áudio dentro do recinto – no melhor estilo BBB -, onde há ainda um televisor que cronometra os sessenta minutos do desafio. Se a equipe desvendar as charadas antes do prazo, entrará para o ranking do Espace 60, uma espécie de “galeria da fama”. Na oitava temporada da série de televisão The Big Bang Theory, os simpáticos protagonistas nerds resolveram o desafio em apenas seis minutos. Na semana passada, o engenheiro Thiago Araújo, de 34 anos, morador de Ipanema, e seus amigos conseguiram solucionar os mistérios da sala de jantar fantasma em meia hora. “Estamos até montando uma caravana para ir a São Paulo”, conta Araújo. A taxa de resolução do game, no entanto, é de apenas 15% – a maioria não consegue escapar. Vem mais desafio por aí. Outros dois espaços com os temas gastronomia e esporte estão em desenvolvimento e devem ser inaugurados até o fim de fevereiro na cidade. Haverá ainda a abertura de novas unidades na Barra e em Jacarepaguá. Com o decorrer do tempo, a ideia é alterar os roteiros para reciclar a brincadeira. “Fui duas vezes, uma com a minha família e outra com o pessoal do Porta dos Fundos. É muito engraçado ver a galera se desesperando”, conta o humorista Antonio Tabet, o Kibe Loco. Com as regras postas, só resta um desejo: boa sorte.

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