Hit na Bienal, livro de colorir Bobbie Goods é aliado nas férias escolares

Febre entre os pequenos, prática de dar cor a bichinhos fofos é alívio para pais, que celebram o tempo das crianças longe das telas, e aliada de professores

Por Natália Boere
11 jul 2025, 06h38
Louise (à esquerda), Luiza, Manuela e Isabela levam seus Bobbie Goods para pintar no Colégio Franco (/)
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Desde a promulgação, no início do ano, da lei federal que veta o uso de celulares, tablets e outros dispositivos eletrônicos portáteis nas salas de aula e no recreio, professores e funcionários das escolas notaram uma mudança curiosa: as crianças estão concentradíssimas e não é nas telas. O motivo atende pelo nome de Bobbie Goods, série de livros de colorir criada pela ilustradora americana Abbie Goveia e lançada no Brasil em janeiro. Desde então, mais de 1 milhão de exemplares já foram vendidos no país, número que a maioria das obras de ficção passa longe de atingir. E o fenômeno promete se manter em alta para as férias de julho.

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A moda de dar cor a bichinhos fofos se espalhou como um viral do TikTok, com direito a uma enxurrada de vídeos ensinando técnicas de pintura nas redes sociais. Embora impulsionado pelo universo digital, a brincadeira tem justamente o efeito oposto: afasta, mesmo que por um tempo, os pequenos das distrações tecnológicas. “Sabíamos que o conteúdo tinha potencial, mas o sucesso superou as expectativas”, destaca Daniela Kfuri, diretora de marketing e vendas da HarperCollins Brasil, responsável pela publicação no país. A franquia de colorir liderou as vendas da editora na Bienal do Livro, em junho, à frente de clássicos como O Senhor dos Anéis.

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As cenas são prosaicas: um cachorro felpudo e um ursinho desfrutando de um piquenique no bosque ou esquentando-se debaixo de cobertas. A graça vai além de simplesmente pintá-los. É preciso combinar cores, formar paletas e se esmerar no jogo de luz e sombra. Um apetrecho, então, torna-se indispensável: a caneta Touch, de ponta dupla, vendida em kits de doze a 120 tons, a partir de 30 reais. Na Saara, a unidade sai a 3 reais.

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Canetinhas de colorir da marca Touch viraram parceiras inseparáveis do Bobbie Goods (Dani Dacorso/Veja Rio)
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“A prática traz sensação de completude e de relaxamento, ajudando a criança a desacelerar”, observa Daniel Barboza, psicólogo e vice-diretor pedagógico do Colégio Franco, em Laranjeiras. Por lá, o frenesi é maior entre as crianças de 10 a 12 anos de idade. Os mais miúdos também se interessam e se beneficiam. “Em três décadas já vi modismos como os álbuns de figurinhas, ioiôs e papéis de carta, mas esse tipo de livro estimula a imaginação, a coordenação motora fina, a concentração e a interação com os colegas, além de fortalecer o lado socioemocional”, explica Fátima Amaral, professora do 1º ano.

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Em casa, os pais também notam avanços: os filhos parecem mais calmos em meio a tanta informação. Outra virtude do Bobbie Goods é proporcionar momentos em família, já que os adultos acabam não resistindo aos matizes. “Quando vi, já estava querendo um só pra mim”, conta a perita criminal Tatiana Salomão, mãe de Louise. Do alto dos seus 6 anos, a menina ensina: “O livro de colorir nos ajuda a desenvolver a inteligência.”

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Capa de uma das edições do Bobbie Goods (./Reprodução)
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Pai de Luiza, de 7 anos, o psiquiatra Marcelo Ximenes conta que a filha passou um fim de semana inteiro sem desgrudar do presente. “Ela começou com o traço grosso, agora está bem fininho. Percebi um rápido desenvolvimento cognitivo”, acrescenta a mãe, a ortopedista Marina Bastos. Professora da ESPM e sócia da Markka Consultoria, Karine Karam vai além: “Vemos um adiamento das tendências de adultização, evitando o consumo precoce de produtos de beleza e a exposição a vídeos curtos”, analisa. O mundo real pode, sim, ser divertido e (muito) colorido.

Muito fofinhos

Quem se lembra do Jardim Secreto, da escocesa Johanna Basford, sucesso mundial de vendas em 2015? As ilustrações complexas, salpicadas por detalhes intrincados acabaram por restringir a popularidade da publicação a adultos em busca de aliviar o estresse. Já o Bobbie Goods oferece desenhos mais simples, mostrando animais fofos vivendo cenas cotidianas.

A mania foi inflada, é claro, pelas redes sociais, nas quais especialistas com milhões de visualizações dividem técnicas de pintura, explorando luzes e sombra. A combinação de cores é primordial neste hobby, e as canetas Touch tornaram-se providenciais aliadas.

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Capa do livro Criaturas Fofinhas (./Reprodução)

A série americana tem quatro edições publicadas no Brasil: Do Dia Para A Noite, Isso E Aquilo, Dias Quentes e a recente Dias Frios. Cada um custa, em média, 39 reais e pode ser encontrado em livrarias e papelarias, além de farmácias, supermercados, bancas de revista e na internet.

Outras séries similares como Cantinhos Bonitinhos e Criaturas Fofinhas, do coletivo CocoWyo, também despontaram entre a criançada, que fizeram do gênero o mais buscado durante a última edição da Bienal do Livro.

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