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Covid: Fiocruz recomenda que o Rio prorrogue medidas restritivas

Segundo pesquisa, as medidas restritivas no município reduziram a circulação de pessoas, mas ainda é cedo para qualquer flexibilização

Por Agência Brasil Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 9 abr 2021, 13h02 - Publicado em 9 abr 2021, 11h56

Pesquisadores do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiram nesta quinta (8) uma nota técnica recomendando a prorrogação das medidas de distanciamento social adotadas pelo município do Rio desde 26 de março. Segundo a análise, as restrições reduziram a circulação de pessoas, mas ainda é cedo para qualquer flexibilização.

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“Ainda que os dados sugiram que houve um aumento no distanciamento social em decorrência das medidas restritivas aumentadas, o efeito de mitigação no avanço da pandemia foi tímido”, avaliam os pesquisadores no texto, ressaltando que são necessários ao menos catorze dias e a adesão da população para que os efeitos positivos do distanciamento social sobre os dados epidemiológicos possam ser percebidos.

A nota técnica traz uma avaliação de uma série de indicadores sobre a pandemia e o distanciamento social, que consideram o período de 26 de março a 2 de abril, quando o município antecipou os feriados de Tiradentes e São Jorge e decretou o fechamento de praias e diversos tipos de estabelecimentos. Nesta sexta (9), o município permitiu a reabertura de restaurantes, bares e comércio não essencial, com horário restrito.

Para analisar a circulação de pessoas na semana analisada, os pesquisadores reuniram dados do Google Mobility Report, que comparam a movimentação atual de pessoas com o período antes da pandemia. Em fevereiro de 2021, a permanência em domicílio era 10% maior que em janeiro e fevereiro de 2020, e esse patamar subiu para 20% com a adoção das medidas restritivas no fim de março.

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As medidas impactaram fortemente em menos 60% o fluxo de pessoas em locais de trabalho, em menos 70% nas estações de transporte e em menos 50% em lojas e locais de recreação, o que, para a Fiocruz, mostra que as restrições adotadas foram eficazes. Já para estabelecimentos que permaneceram abertos, como farmácias e mercados, o fluxo cresceu 30%.

Os cientistas avaliam que é necessário intensificar a fiscalização do cumprimento das medidas de prevenção em áreas de lazer, praias, farmácias, mercearias e supermercados. No caso desses estabelecimentos, como houve aumento da circulação, é necessário maior controle da entrada de pessoas.

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O estudo destaca que os registros de casos e óbitos apresentaram alta entre 26 de março e 2 de abril, quando as medidas começaram a vigorar. Os cientistas explicam, no entanto, que são necessários catorze dias de distanciamento social, com adesão da população, para que o efeito positivo possa ser observado.

Na nota técnica, os cientistas apontam ainda que o registro de novos casos ocorre com atraso, o que impulsiona a continuidade da tendência de aumento. Já no que se refere às mortes, a intensificação da alta no período analisado pode estar relacionada ao colapso na rede de serviços de saúde, já que o Rio passou de 90% de ocupação das vagas para pacientes graves com a Covid-19.

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No caso da taxa de ocupação das UTIs, o efeito positivo do distanciamento social pode demorar ainda mais a ser percebido, o que pode se dar apenas de três a quatro semanas após o início da adoção das medidas de prevenção, dizem os pesquisadores. Isso ocorre porque, mesmo que haja uma redução de casos, é necessário um intervalo de tempo até que a demanda excessiva de pacientes já contaminados seja atendida. Situação semelhante se dá com a incidência de síndromes respiratórias agudas graves, na qual o impacto do distanciamento social também demora mais a ser observado.

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Além de alertar para maior fiscalização da entrada de pessoas em estabelecimentos essenciais como farmácias e mercados, a nota técnica destaca que é necessário que os demais municípios da região metropolitana adotem as restrições decretadas pela capital. A Fiocruz explica que há uma intensa circulação de pessoas entre essas cidades, e o Rio atua como pólo assistencial, recebendo pacientes das cidades vizinhas via regulação.

“Desta forma, podemos dizer que o esforço isolado do município do Rio pode não resultar nos efeitos esperados para a redução das taxas de ocupação de leitos, bem como para reduzir a circulação do vírus, que não conhece fronteiras administrativas”, alertam os pesquisadores.

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