A volta de um ícone: restaurante Quadrifoglio reabrirá no Jardim Botânico
Com a inauguração prevista para o início do inverno, casa é dos mesmos donos do recém-aberto Rudä, que relê com sofisticação a cozinha brasileira
O primeiro restaurante italiano do Rio a flertar com a alta gastronomia, em meados dos anos 1980, está em vias de reabrir suas portas em outra casa do bairro onde começou sua trajetória. O Quadrifoglio está com a volta marcada para junho, no início do inverno carioca, ocupando a bela casa da Rua Alexandre Ferreira, no Jardim Botânico, onde se encontrava o Didier, que se mudou em 2022 para Ipanema.
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O retorno é promissor, pela trajetória recente e a qualidade dos restaurantes do Grupo Trëma, que comprou a marca e pretende fazer jus aos melhores momentos do Quadrifoglio, inclusive contando na equipe com integrantes que passaram pela casa original da Rua J.J. Seabra, onde atualmente funciona o indiano Taj Mahal.
Quem sabe, além do novo cardápio italiano, reapareçam receitas históricas como o ravioli de maçã em leve molho cremoso de queijo e sementes de papoula, da chef Silvana Bianchi, que deu fama à casa. O Quadrifoglio, por onde passaram chefs como Lomanto Oliveira e Kiko Faria, cumpriu sua última etapa no shopping Village Mall.
A empreitada será a primeira investida fora do eixo Ipanema-Leblon dos donos do contemporâneo Mäska, do espanhol Izär, da Brasserie Mimolette e do recém-inaugurado Rudä, de cozinha brasileira sofisticada, além do italiano ÏT, que vai abrir nos próximos dias, no Shopping Leblon.
O novo Rudä se instalou numa das casas mais charmosas entre os restaurantes do Rio, um imóvel da Ipanema dos anos 1920, tombado e preservado na cuidadosa reforma, onde teve curta passagem o Bazzar à Vins. Chefiando a cozinha está Danilo Parah, ex-subchef no Mäska, que imprime nos pratos um vocabulário de técnicas e apresentações semelhantes.
São leituras criativas com amplidão de ingredientes brasileiros como queijos artesanais incorporados às receitas, molhos com toques de frutas variadas, processos de cura e fermentação. Há, por exemplo, um pão de queijo Pardinho recheado com linguiça mineira moída, requeijão de corte, goiabada e kimchi – acreditem, é muito bom.
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A releitura do frango com quiabo traz um rico caldo “roti” da ave ao redor da polenta cremosa, tendo ao centro um ovo mollet rodeado de quiabo em concassé que vai levar muita gente a fazer as pazes com o verdinho incompreendido. O camarão com socarrat de palmito, por sua vez, é grelhado com lardo, e o arroz caramelizado leva bacon e pupunha. O peixe do dia traz purê de cará, vinagrete de feijão de corda, molho de mexilhão e folhas de beterraba. Segue por aí a viagem que começou promissora.