Cinco cervejas que você deve beber no Mondial de la Biére
De bebida ancestral africana à escura premiada que lembra um bolo de chocolate com laranja, dicas espertas entre as centenas de opções do festival
O Mondial de la Bière está no ar, ocupando a Marina da Glória até domingo (11) com mais de mil cervejas diferentes disponíveis em chope, ou seja, frescas e saindo das torneiras na pressão. Uma festa de estilos, cores e sabores nos copos. Há bebidas para todos os gostos e predileções, e separamos cinco exemplares que merecem a visita, entre os degustados no primeiro dia do festival.
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Cervejaria única no Brasil, em sua pesquisa e abordagem de cervejas históricas, desconhecidas e esquecidas, a Sun Dog promove uma viagem no tempo através dos copos, com as receitas recriadas com fidelidade e apuro notáveis. Um dos lançamentos desse ano é a Burukutu (6% de teor alcoólico), inspirada em bebida ancestral africana feita com sorgo e milheto, dois grãos típicos das regiões de Kenya, Togo, Etiópia, Burundi e Nigéria, segundo os cervejeiros. Envasada direto da fermentação e sem filtragem, é dourada e turva, maltada e com o gosto de cereais pulando no boca, e a tal da drinkability dando as caras. Ou melhor, os goles. Vale a pena provar.
Corra na sexta-feira, enquanto é tempo, para provar o Bolo de Laranja da Tia Mey. É o nome da cerveja da OverHop que ganhou a medalha de platina, premiação principal do MBeer Contest, o concurso cervejeiro do Mondial. É a base da Aeternum, a cerveja do estilo Russian Imperial Stout da marca, feita com cacau e baunilha, encorpada e achocolatada, com aromas de caramelo e café, a agora com a adição de laranja na receita. Lembra um belíssimo bolo de chocolate escuro com laranja. E calda alcoólica, já que a dita cuja vem com expressivos 10%.
No balcão da cervejaria Masterpiece, de Niterói, um dos mais bonitos do Mondial, há quadros feitos com as latas, a exemplo da reprodução da “Noite Estrelada” de Van Gogh. E o nome do pintor é o mesmo da cerveja que os amantes das “sours” devem provar, ou aqueles que pretendem descobrir bons achados no gênero. Trata-se de uma dark sour com mirtilo e framboesa, de contidos 5,1% no teor alcoólico. O toque tostado e de chocolate recebe muito bem os aromas de frutas vermelhas, com acidez moderada. Não ganhou diversos prêmios por acaso, essa escurinha.
Disposto a levar o paladar para um passeio longe das referências sensoriais cotidianas? É fã das chamadas “selvagens”, fermentadas com as leveduras brettanomyces? Então ande até o final do galpão e encontre o pequeno estande da cervejaria Pakas. A Wild PaKasdrupel (8,2%), é a cerveja do estilo quadrupel da marca que foi refermentada em barril com a referida levedura. Entenda o significado olfativo do termo “funky”, com aromas leves de couro e “celeiro”, e uma acidez provocante e vínica na boca que não esconde o fundo aromático de frutas escuras como ameixa seca, proveniente das leveduras belgas do estilo original. E acredite: com toda a complexidade da feitura, é uma cerveja equilibrada, que não vai aos extremos sugeridos pela ficha técnica.
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Mas não apenas de cervejas complexas a alcoólicas vive o Mondial, e há boas ideias para uma degustação com leveza. Logo na entrada do pavilhão está a Brass Brew, vinda de São Paulo, com estilos clássicos bem feitos, sem invencionices, e a Hop Lager Tangerina foi uma grata surpresa, ótima para começar os trabalhos e, como dizem nas mesas de bar, “lavar a serpentina”. A cerveja não tem fruta na receita, mas sim os lúpulos aromáticos summit e sorachi ace, perfumando o copo com aromas de frutas cítricas e amarelas, corpo leve e refrescante, com 5% de teor alcoólico.