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As latinhas de hard seltzer vão emplacar como a bebida do próximo verão?

Nos Estados Unidos, a bebida gasosa alcoólica e saborizada já disputa mercado com a cerveja. Por aqui, começa agora a conquistar prateleiras e paladares

Por Pedro Landim
Atualizado em 8 dez 2021, 17h17 - Publicado em 19 nov 2021, 08h00

Sabe quando a água gasosa vem à mesa e o garçom pergunta se você quer um limãozinho espremido junto? É por aí, mas neste caso valem todas as frutas: abacaxi, maracujá, morango, pêssego, tangerina. Acrescente ainda uma pequena dose de gim, vodca ou outro destilado e está feita aquela que promete ser a bebida do próximo verão: a hard seltzer. Após o longo inverno pandêmico, as latinhas do produto, já pronto para beber, começaram a pipocar nas prateleiras dos mercados em novas marcas e ganharam espaço na carta de bares e restaurantes.

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Além de levinha, ela possui, em média, 40% menos calorias quando comparada, por exemplo, às cervejas do estilo american lager, as mais consumidas no Brasil. “Gostei de primeira, acho uma delícia. Vai ser a minha bebida do Carnaval”, diz a gerente de vendas Dandara Rivera, de 32 anos, fã da novidade junto com a amiga, a médica Renata do Val, 32. Elas foram iniciadas nas novas bolhas pela Hintz, que já está no cardápio de bares como o Brewteco. Trata-se de uma criação da cervejaria Three Monkeys, a primeira artesanal do Rio a apostar na tendência, que também atraiu a atenção de gigantes como a Coca-Cola e a Diageo.

Para chegar à fórmula made in Rio, Bernardo Costa e Silva, 36 anos, encomendou em 2020 amostras ao pai, que estava nos Estados Unidos. Aprovou a White Claw, a campeã de vendas no mundo, no sabor manga, mas decidiu investir nos exemplares mesclados em quatro variedades. Uma delas reúne aromas naturais de melancia, limão e gengibre; outra combina abacaxi, coco e maracujá numa linha bem tropical, comum nos drinques daqui, como a caipivodca.

“Pensamos no paladar dos cariocas, que apreciam essa mistura de frutas”, explica o empresário, que prevê lançar outros mixes da bebida de baixo teor alcoólico, mais uma das características da hard seltzer — as latinhas oscilam entre 4,5% e 5%, o mesmo das cervejas leves, porém, diferentemente delas, não contêm glúten. As embalagens, de cerca de 300 mililitros, ainda registram baixíssimo índice de carboidratos, cerca de 2 gramas, chamando a atenção da turma adepta das dietas low carb. Os sabores, por sua vez, são compostos de essências geralmente naturais, sem o dulçor típico de sucos ou refrigerantes.

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As amigas Dandara e Renata: fãs da novidade, que já está nos bares -
As amigas Dandara e Renata: fãs da novidade, que já está à venda nos bares cariocas como o Brewteco, na Gávea (Leo Lemos/Divulgação)

Os ingredientes que vão ao copo parecem ornar bem com estas praias. “É a bebida da areia, do ar livre e de quem se alimenta bem. Tem tudo para prosperar por aqui”, acredita Virginia Vilela, 33 anos, à frente da paulistana Joví, presente em grandes redes de mercado como o Pão de Açúcar. Disponível em quatro sabores — abacaxi, limão, morango e tangerina —, a marca, nascida em 2017, quatro anos após o lançamento do produto nos Estados Unidos, viu as vendas duplicarem no último ano.

De acordo com pesquisas de marketing da Coca-Cola, que escolheu em outubro do ano passado o Brasil para testar sua hard seltzer Topo Chico, primeira investida alcoólica de alcance global da companhia, o alvo é o consumidor entre 21 e 35 anos. Trata-se da geração millennial, que valoriza conveniência e praticidade e, portanto, aprova os drinques prontos para o consumo. “Temos observado uma subida nas vendas nesse segmento e vemos aí um público em potencial para as hard seltzers, como já acontece lá fora”, afirma o diretor de marketing Pedro Abbondanza.

No Hemisfério Norte, o cenário é animador para as latinhas de água com gás alcoólica e saborizada. Em poucos meses de 2020, sobretudo naqueles de temperaturas mais elevadas, as três principais marcas de hard seltzer alcançaram venda superior à dos seis principais rótulos de cerveja nos Estados Unidos. O milionário intervalo comercial do Super Bowl 2020, a final do futebol americano, deu visibilidade planetária à bebida quando o rap­per Post Malone, celebridade das redes sociais com mais de 22 milhões de seguidores só no Instagram, apareceu no filmete entrando em uma loja de conveniência para comprar cerveja e saindo de lá com um engradado de Bud Seltzer, a versão da maior marca cervejeira no país.

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No início de 2018, segundo dados da Nielsen, dez rótulos de hard seltzer frequentavam as prateleiras nos Estados Unidos, número que ascendeu aos setenta atuais, girando um mercado de 4 bilhões de dólares anuais. Deve atingir os 30 bilhões até 2025, de acordo com o banco de investimentos Goldman Sachs. As estatísticas mostram ainda que 55% dos consumidores americanos de álcool levaram uma hard seltzer à boca pelo menos uma vez por semana no ano que passou.

arte bebidas

No Brasil, há sinais que também permitem olhar com otimismo para a expansão desse mercado. “Vejo as pessoas cada vez mais abertas a experimentar, especialmente os jovens, que estão buscando bebidas com menos calorias e álcool”, afirma Laura Esteves, gerente da Isla, lançada pela Ambev no Brasil à base de gim em latinhas de 269 mililitros, tudo com 99 calorias e 4% de teor alcoólico. É natural que pesos-pesados como AB InBev, Boston Beer Company (da famosa Samuel Adams) e Heineken tenham ingressado nesse mercado — e que as estreantes nacionais pisem no acelerador.

Ao time que já conta com Hintz e Joví, juntou-se recentemente a Kariwoka, das sócias Vivian Appel e Marcella do Valle. Após três anos de testes e degustações, as recém-lançadas versões nos sabores limão e frutas vermelhas começaram a aparecer nos pontos de venda da cidade de um mês para cá. “É a bebida que traduz com perfeição o estilo de vida dos cariocas — prática, leve, dá para consumir mais de uma sem aquela sensação de estufamento”, observa Vivian. Um brinde ao verão.

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