Quando o benefício justifica o custo
Por Marcelo Copello Amigos, depois de uma lista boas compras, coloco aqui uma seleção de grandes vinhos para o feriado. Aqui ao invés de falar de “custo x benefício”, falamos só de benefício, e que benefício! Champagne Cristal 2004, Louis Roederer, Champagne, França (Franco-Suissa, R$ 1.450,00) 60% Pinot Noir e 40% Chardonnay, 20% do vinho base passa por […]
Por Marcelo Copello
Amigos, depois de uma lista boas compras, coloco aqui uma seleção de grandes vinhos para o feriado. Aqui ao invés de falar de “custo x benefício”, falamos só de benefício, e que benefício!
Champagne Cristal 2004, Louis Roederer, Champagne, França (Franco-Suissa, R$ 1.450,00)
60% Pinot Noir e 40% Chardonnay, 20% do vinho base passa por barricas, sem malo-lática, amadurece cinco anos com as borras, tem 8-10 gramas de açúcar de dosagem. Perlage perfeita, fina e abundante. Aroma finíssimo, com frutas como maçã e pêssego, cítricos, minerais, flores, avelãs, brioche. A gama de aromas é complexa, mas está tudo tão bem integrado que parece um aroma só. Paladar ao mesmo tempo leve e com uma firme estrutura dada por sua ótima
acidez e cremosidade, longo e equilibradíssimo. Ainda uma criança, já está ótimo, mas para mostrar sua grandeza precisa de tempo.
Sugestão: apreciar desde já até 2024
Nota: 96
CV 2008, Van Zellers, Douro, Portugal (Vinho Sul, R$ 350)
Elaborado a partir de vinhas velhas de mais de 80 anos, pisadas a pé. Amadurece 21 meses em barricas novas de carvalho francês. Cor pronfunda vermelho-rubi violáceo. Narizma intenso, concentrado e muito complexo, com uma ampla gama de aromas, frutas negras, amoras, cerejas, tostados finos, balsâmico de ervas, cedro, mineral terroso, defumados. Paladar encorpado, largo e profundo, com muitos taninos doces e finos, 14,5% de álcool, frescor e boa acidez, longo. Grande vinho, que traz a alma do Douro, para guarda, decantar um par de horas antes de degustar.
Sugestão: apreciar desde já até 2023
Nota: 96
Terrenus Reserva Vinhas Velhas 2007, Rui Reguinga, Alentejo, Portugal (Hannover, R$ 105)
Rui Reguinga é um dos grandes enólogos de Portugal e este é seu melhor vinho no Alentejo. Elaborado na sub-região de Portalegre (de clima mais fresco) em solos de xisto, a partir de vinhas com mais de 80 anos de Aragonês, Trincadeira, Alicante. Estágio de 14 meses em barricas de carvalho francês Allier. Bouschet e Grand Noir. Cor rubi-violáceo escuro. Aromas intensos, com boa presença da madeira, frescor balsâmico, fruta madura, tostados finos, fundo mineral elegante. Paladar de bom corpo, taninos finos e presentes, acidez muito boa, 14% de álcool. Um vinho muito bem equilibrado, completo, com finesse e potencial de grande.
Sugestão: degustar desde já até 2017
Nota: 94
Amarone Vigneto Monte Sant´Urbano 2007, Speri, Veneto, Itália (Viníssimo, R$ 375,30)
Elaborado com 70% Corvina Veronese e Corvinone, 25% Rondinella e 5% Corvinone Molinara. As uvas secam durante 100 dias antes da fermentação em
um local com temperatura, umidade e ventilação controladas e assim perdem 44% de seu peso inicial, aumentando o percentual de açúcar. A fermentação alcoólica e malolática acontece em barricas de carvalho francês e esloveno.
Cor rubi-granada escura. Aroma intenso e complexo, com passas, chocolate, café, madeira, mineral terroso. Paladar encorpado e aveludado pelos 15% de álcool, com taninos presentes. Um vinho rico e estruturado, para crescer por ao menos um par de décadas.
Sugestão: apreciar desde já até 2027
Nota: 92
Palo Cortado Península, Lustau, Jerez de La Frontera, Espanha (Ravin, R$ 139)
Palo Cortado é uma das categorias mais raras e especiais de Jerez, muito seco e complexo. 100% uvas Palomino Fino, com crianza oxidativa em sistema de Soleras e Criaderas, com longo envelhecimento. Cor âmbar-claro. Nos aromas
a descrição é longa, com nozes, amêndoas, mel, caramelo, especiarias, passas e outras frutas secas. Apesar dos aromas que sugerem um vinho doce, o paladar é muito seco, alcoólico, com 19%, ótimo frescor e grande persistência. Grande vinho, desconhecido e subestimado.
Sugestão: degustar desde já até 2022
Nota: 95
Pinot Noir Vieilles Vignes 2008, Barmès Buecher, Alsácia, França (Casa Flora/Porto a Porto, R$ 250)
Um vinho elaborado a partir de uvas de cultivo biodinâmico, fermentado com leveduras selvagens, sem filtração, com baixíssimo acréscimo de sulfito, amadurecimento de 12 meses em barricas de segundo e terceiro ano de uso. Vermelho rubi-claro. Aroma delicado e complexo, fresco e puro, com frutas vermelhas frescas, morango e framboesa, toques lácteos, especiarias, mineral terroso, cheio de nuanças. Paladar leve e ao mesmo tempo sério, com taninos secos e finos, ótima acidez, final macio, 13,5% de álcool. Um vinho que não agrada fácil, pois não tem a potência de fruta e madeira de um exemplar do Novo Mundo, mas encantará os puristas.
Sugestão: apreciar desde já até 2018
Nota: 91
Madeira Colheita Malmsey 1996, Cossart Gordon, Ilha da Madeira, Portugal (Decanter, R$ 195,00)
Fortificado e elaborado com 100% Malvasia. Cor âmbar brilhante. Aroma intenso e muito rico, com muito mel, laranja confit, caramelo, frutas secas, amêndoas, figos secos, caramelo. Paladar doce e untuoso, com uma boa
acidez para equilibrar, longo. Os vinhos da Madeira raramente decepcionam. Se você não conhece, prove e se surpreenda. O Madeira Malmsey, que aguenta bem com a garrafa aberta por até meses, é uma bebida versátil, ideal para aperitivo ou acompanhar tortas e bolos.
Sugestão: apreciar desde já até 2036
Nota: 93
Marcelo Copello (mcopello@simplesmentevinho.com.br)