Vinoteca Por Marcelo Copello, jornalista e especialista em vinhos Marcelo Copello dá dicas sobre vinhos
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Bossa Nova virou vinho

Movimento musical e cultural que projetou o Brasil para o mundo, como o carnaval e o futebol, há mais de meio século, a Bossa Nova agora batiza uma recém-lançada linha de espumantes brasileiros. Foto: Lia Soares  Por Marcelo Copello O banquinho e o violão, quem diria, agora viraram vinho. Há mais de meio século (sim, […]

Por marcelo
Atualizado em 25 fev 2017, 19h27 - Publicado em 9 mar 2012, 19h46
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  • Movimento musical e cultural que projetou o Brasil para o mundo, como o carnaval e o futebol, há mais de meio século, a Bossa Nova agora batiza uma recém-lançada linha de espumantes brasileiros.

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    Foto: Lia Soares 

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    Por Marcelo Copello

    O banquinho e o violão, quem diria, agora viraram vinho. Há mais de meio século (sim, seus 50 anos foram completados em 2008) a Bossa Nova encanta o mundo e segue viva, rendendo frutos até mesmo no mundo de Baco.

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    O primeiro registro que se tem notícia da palavra bossa é dos anos 1930, na canção Coisas Nossas de Noel Rosa. Esta gíria poderia ser traduzida como “jeito” ou “estilo”, ou substituída por expressões inglesas como cool ou in. Já a locução bossa-nova surgiu nos anos 1950, como um “jeito novo de fazer música”, em contraposição a tudo que a juventude que frequentava as praias cariocas na época achava velho. Falamos dos melancólicos sambas-canção, boleros, valsas e serestas eternizados em vozes empostadas como as de Nelson Gonçalves, Orlando Silva e Carlos Galhardo.

    Para entender o contexto em que a Bossa Nova germinou voltemos um pouco no tempo. Nos anos 1940 um jovem cantor americano, o magrelo Frank Sinatra, começou a “tocar” o microfone, usando-o como instrumento musical. Sinatra afastava o microfone na hora de soltar a voz e aproximava-se dele para cantar macio. Esta suavidade na voz influenciou muitos cantores, entre eles o brasileiro Dick Farney. Esta afinidade tornou-se explícita quando o fã-club Sinatra-Farney foi fundado em 1949, mostrando que um jeito novo de cantar ganhava popularidade.

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    A Bossa Nova nasceu nos anos 1950 em circunstâncias ufanistas. Enquanto em 1956 jovens como Carlos Lyra, Roberto Menescal e Ronaldo Boscoli se encontravam para mostrar suas músicas no apartamento de Nara Leão, em Copacabana, o presidente Juscelino Kubitschek tomava posse e a Seleção Brasileira de futrbol se preparava para conquistar a Copa de 1958.

    Neste meio tempo, um ano antes mais precisamente, um baiano chegava ao Rio de Janeiro. João Gilberto, ao gravar em 1958 a canção Chega de Saudade (de Tom Jobim e Vinicius de Moraes), daria o primeiro passo para este novo estilo conquistar o mundo.

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    Demorou apenas 4 anos para a Bossa Nova ir de Copacabana a Nova York e lotar o Carnegie Hall, no histórico show de 1962. O main-stream seria irrevogavelmente conquistado  quando “A Voz”, Frank Sinatra, gravou seu primeiro disco com Tom Jobim, em 1967.

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    Hoje, canções como Garota de Ipanema e Wave estão entre as mais executadas do planeta. A Bossa Nova também foi incorporada ao repertório do meio musical mais exigente da história contemporêna –  o jazz –, além de influenciar inúmeros artistas da música pop mundial.

    A Bossa Nova é mais um estilo (uma maneira de tocar e cantar), do que um movimento musical. Podemos descrevê-la como intimista, coloquial, de canto-falado e baixinho, alegre (porém contido, sem euforia), otimista, leve, suave (ritmo moderado), de uma simplicidade sofisticada (harmonias complexas) e descompromissada (despolitizada). Além disso, a Bossa Nova é inteligente nas letras e ao mesmo tempo romântica, pois fala de amor, mas de um amor bem resolvido, sem fazer da mulher uma vilã.

    Há muitos vinhos “bossa nova”, afinal nada mais cool que o néctar de Baco, em contraposição à melancolia dos destilados e à euforia das cervejas. A simplicidade do vinho está em sua origem rural e a sofisticação, nas muitas formas de seu consumo.

    O vinho em geral é uma bebida intimista, muito mais para um petit comité do que para “Maracanã”. Intrinsecamente otimista, o vinho é de bem com a vida e com a saúde. Assim como a Bossa Nova, o vinho é inteligente, complexo e, podemos dizer, feminista, pois sua história (especialmente a do Champagne) foi e é protagonizada por muitas mulheres.

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    Uma destas personagens de destaque do mundo de Baco é a enóloga portuguesa Filipa Pato, que com seu marido William Wauters lançou ano passado dois vinhos, o “Bossa” e o “Nossa”, ambos trazidos pela Casa Flora (www.casaflora.com.br).

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    Esta união “Vinho & Bossa Nova” já recebeu também uma merecida homenagem no Brasil, da novíssima vinícola Hermann (www.vinicolahermann.com.br). A recém-lançada linha de espumantes Bossa é tão tropical e refrescante quanto o ritmo musical, e chega nas versões Brut (Bossa No 1), Demi-Sec (Bossa No 2), Rosé (Bossa No 3) e Moscatel (Bossa No 4). Testei dois rótulos desta linha:

     

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    Nada mais apropriado agora do que propor um merecidíssimo brinde à Bossa Nova!

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    Marcelo Copello

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