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Uma conversa com Gisela de Castro, estrela do monólogo Eugênia

Pouco se sabe sobre Eugênia José de Menezes (1775-1818),  filha de Dom Rodrigo, governador-geral da então capitania de Minas Gerais em fins do século XVIII. Amante de Dom João VI, príncipe regente do Brasil entre 1808 e 18015, ela acabou engravidando e foi expulsa da corte, exilada em um convento. Sozinha em cena, a atriz Gisela de Castro […]

Por rafaelteixeira
Atualizado em 25 fev 2017, 18h11 - Publicado em 2 abr 2015, 17h34

Gisela de Castro como Eugênia (crédito: Thiago Sacramento)

Pouco se sabe sobre Eugênia José de Menezes (1775-1818),  filha de Dom Rodrigo, governador-geral da então capitania de Minas Gerais em fins do século XVIII. Amante de Dom João VI, príncipe regente do Brasil entre 1808 e 18015, ela acabou engravidando e foi expulsa da corte, exilada em um convento. Sozinha em cena, a atriz Gisela de Castro conta a história dessa pobre mulher em Eugênia, estreia de sábado (11) no Teatro Maria Clara Machado, com direção de Sidnei Cruz. No texto de Miriam Halfim, a personagem-título volta dos mundo dos mortos para contar a sua versão dos fatos.

Confira a entrevista com Gisela:

Você pode contar um pouco sobre a gênese da montagem?

Eu estava à procura de uma peça para poder trabalhar com o diretor Sidnei Cruz. Foi quando a produtora Maria Alice Silvério me falou de um texto da Miriam Halfim, um monólogo sobre uma amante de Dom João VI, pouco conhecida. Ela acreditava que eu me encaixava bem no papel e marcamos uma leitura. Adoramos a personagem e achamos que seria muito instigante falar da trajetória de Eugênia, uma mulher que pagou caro por ter engravidado do príncipe regente.

O quanto de realidade e o quanto de ficção há no texto?

Na verdade, há poucos documentos sobre essa mulher. A sensação é de que abafaram o caso ao máximo, para evitar escândalos, embora alguns livros citem a personagem e haja até um romance sobre ela, O Segredo da Bastarda que tem uma abordagem bem diferente da nossa proposta. Não é possível conhecer a realidade… A Miriam pesquisou muito para escrever a peça, mas não é um documentário, e sim uma livre construção do enredo baseado em fatos e personagens históricos. Não há cartas, por exemplo, trocadas entre os amantes. E é claro que, durante a pesquisa cênica, muita coisa vai surgindo, novas conexões e paralelos são traçados, ainda mais quando se aborda a história através do humor e da ironia.

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O que um texto sobre essa personagem relativamente obscura, de tanto tempo atrás, tem a nos dizer sobre os dias de hoje? 

Hoje, mesmo com testes de DNA, muitas mulheres engravidam e cuidam dos filhos sozinhas, seja por opção ou simplesmente porque o pai some, não assume responsabilidade alguma. Imagina isso há duzentos anos! E pior, sendo a criança bastarda filha do dirigente do país. A sociedade evoluiu em muitos aspectos, mas certas situações se repetem. Para evitar problemas com o governo e com a corte portuguesa, Eugênia é exilada sem qualquer direito. Aliás, este é um dos poucos documentos que existem: um alvará assinado pelo próprio Dom João, onde ele condena a sua amante a um êxodo trágico, humilhada perante a sociedade. Nós convivemos com coisas assim todos os dias: mulheres apedrejadas, estupradas, ainda tendo que lutar por direitos, por autonomia, por sua sexualidade, em pleno século XXI.

Como você está encarando o fato de ser o seu primeiro monólogo? Que diferenças está sentindo na preparação?

Tem sido uma verdadeira maratona! O treinamento físico é muito puxado e o grau de concentração tem que ser maior, porque não há quem o salve se você errar. Nem tem aquela pausa no ensaio, quando o diretor se debruça sobre alguma cena na qual você não está. São horas e horas de trabalho pesado com o diretor, o assistente de direção, o preparador corporal, vocal, mais musculação, alongamento… Frio na barriga eu sinto sempre, todos os dias, em qualquer apresentação, seja onde for, desde que comecei a fazer teatro na escola. Meus amigos morrem de rir.

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