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Espetáculos, personagens, bastidores e tudo mais sobre o que acontece na cena teatral carioca, pelo olhar do crítico da Veja Rio
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Perfil: César Amorim

Para quem gosta de teatro, a coisa mais legal de cobrir o assunto é, claro, ver peças. Mas tem uma coisa que, às vezes, é ainda mais legal: descobrir um personagem bacana no meio. Tenho publicado aqui alguns perfis que escrevi desde que comecei a trabalhar em Veja Rio — os primeiros foram do Jacaré […]

Por rafaelteixeira
Atualizado em 25 fev 2017, 19h08 - Publicado em 2 Maio 2013, 16h25

Para quem gosta de teatro, a coisa mais legal de cobrir o assunto é, claro, ver peças. Mas tem uma coisa que, às vezes, é ainda mais legal: descobrir um personagem bacana no meio. Tenho publicado aqui alguns perfis que escrevi desde que comecei a trabalhar em Veja Rio — os primeiros foram do Jacaré e do Pedro Brício. Hoje eu resgatei uma matéria sobre o ótimo ator César Amorim, publicada em setembro de 2012. O mote era curioso: em dois anos, ele fora chamado às pressas para substituir um ator em uma peça nada menos do que cinco vezes. Uma matéria pequenininha, mas que deu até uma certa repercussão — depois, o César foi dar entrevista em um programa de TV falando justamente sobre esse seu inusitado talento. Confiram:

O substituto

Ele é o reserva de luxo dos palcos cariocas. Convocado sempre às pressas, o ator César Amorim assume papéis que outros abandonaram

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No fim de julho, o ator César Amorim recebeu uma ligação aflita do diretor Diego Molina. A duas semanas da estreia de Bette Davis e a Máquina de Coca-Cola, um dos integrantes do elenco havia se desligado da peça e ele buscava um nome para a vaga. Apesar do susto, Amorim aceitou de imediato o convite. Quem o vê desenvolto no Teatro Sesi, onde o espetáculo está em cartaz, não faz ideia do atropelo que foi a preparação para subir ao palco. Nada muito diferente do que tem sido praxe em sua carreira. Substituir colegas em cima da hora é um talento que o potiguar Amorim, de 44 anos (dez deles em Copacabana), vem aprimorando. No meio artístico, brincam de comentar a semelhança da situação com a dos jogadores de futebol que começam as partidas na reserva mas sempre entram em campo para salvar o time. Não é para menos. Desde 2010, esta é a quinta montagem em que ele é chamado para apagar incêndio. Seu batismo de fogo ocorreu quando foi convencido a entrar no meio da temporada de Comédia Russa, no lugar de um colega de profissão que recebera proposta irrecusável de uma emissora de televisão. Teve apenas dois dias para decorar vinte páginas de texto. “Apostei na intuição”, lembra. Sempre em caráter emergencial, ele enfileirou Epheitos Kolaterais (Novas Metamorfoses), Édipo Unplugged, inspirado na criação de Sófocles, e Não sobre Rouxinóis, de Tennessee Williams. “Sou impulsivo. Aceito e depois penso. Haja adrenalina”, reconhece.

A quantidade de trocas em intervalo tão curto prova não só a capacidade de Amorim para driblar situações extremas, mas também a frequência de contratempos no ramo teatral. Substituições são mais comuns do que se imagina e ocorrem por motivações variadas. Um convite para fazer novela, por exemplo, vira uma intimação, pois não existe vitrine – nem remunerador – como a TV. O canto da sereia televisivo foi o responsável, por exemplo, pela saída do protagonista Tiago Abravanel durante a temporada paulista de Tim Maia – Vale Tudo. Ele está no elenco da próxima trama das 9, Salve Jorge. Há ainda razões trágicas, como o acidente em cena do ator Thiago Fragoso no musical Xanadu, que o levou a dar lugar a Danilo Timm enquanto esteve internado. Sem falar nas brigas de bastidores em que só resta a um dos lados envolvidos pedir o boné e ir para casa. É nesse terreno instável que emerge o talento de César Amorim para encarar, sempre para ontem, qualquer tipo de roubada. “Decoro o texto, estudo as marcas e fico passando os detalhes como se fossem mantras”, diz ele. Afinal, o público não vai perdoá-lo só porque ele estava na reserva.

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