Crítica: Palhaços
✪✪✪✪ PALHAÇOS, de Timochenco Wehbi (1943-1986). Sucesso durante oito anos em São Paulo, onde estreou, a montagem do diretor Gabriel Carmona para o texto do paulistano Timochenco Wehbi chega ao Rio azeitada pelo tempo em cartaz. O espetáculo começa quando, depois de um show, o palhaço Careta (Dagoberto Feliz) recebe no camarim a inesperada visita do […]
✪✪✪✪ PALHAÇOS, de Timochenco Wehbi (1943-1986). Sucesso durante oito anos em São Paulo, onde estreou, a montagem do diretor Gabriel Carmona para o texto do paulistano Timochenco Wehbi chega ao Rio azeitada pelo tempo em cartaz. O espetáculo começa quando, depois de um show, o palhaço Careta (Dagoberto Feliz) recebe no camarim a inesperada visita do humilde vendedor de sapatos Benvindo (Danilo Grangheia), que quer parabenizá-lo. Protocolar no começo, a conversa descamba para um conflito entre duas pessoas que são lados opostos da mesma moeda como sugere o título no plural, ambos são palhaços, mas só aquele que faz disso uma profissão se reconhece como tal. Sagaz, mas desiludido (exatamente o oposto de Benvindo), Careta vai, aos poucos e por vezes até cruelmente, revelando ao fã quanto os dois são parecidos. É de aplaudir o rigor das interpretações de Feliz e Grangheia, eloquentes mesmo quando, mudos, se expressam através de gestos e expressões faciais. No fim da sessão, a plateia volta para casa entre a felicidade e a melancolia.