Crítica: Maria Miss
✪✪✪ MARIA MISS, adaptação de Evill Rebouças, Yara de Novaes e elenco, a partir da obra de Guimarães Rosa. Em 1967, ano de sua morte, o escritor Guimarães Rosa lançou Tutameia (Terceiras Estórias), derradeira reunião de contos. Uma das quarenta narrativas daquele volume, Esses Lopes serve de base para a cativante comédia dirigida por Yara de Novaes. […]
✪✪✪ MARIA MISS, adaptação de Evill Rebouças, Yara de Novaes e elenco, a partir da obra de Guimarães Rosa. Em 1967, ano de sua morte, o escritor Guimarães Rosa lançou Tutameia (Terceiras Estórias), derradeira reunião de contos. Uma das quarenta narrativas daquele volume, Esses Lopes serve de base para a cativante comédia dirigida por Yara de Novaes. Adaptada por Evill Rebouças, em conjunto com a diretora e o elenco, a trama é narrada de uma perspectiva feminina. A protagonista é Flausina (Tania Casttello), mulher do sertão mineiro que sonha com o glamour de se chamar Maria Miss. Sua vida, porém, não é fácil: vendida ainda menina pelos pais a um dos cruéis irmãos Lopes, ela come o pão que o diabo amassou nas mãos dele e de três parentes do sujeito — dos quais se torna mulher conforme fica viúva. Pesado, o tema é tratado aqui com insuspeito e delicioso humor, à medida que Flausina, vingativa e ardilosa, passa a virar a mesa contra seus algozes (todos vividos com competência por Plinio Soares e Daniel Alvim). Destaque em cena, Tania entrega uma performance afiada e cheia de graça no tempo certo.