Crítica: Maravilhoso
✪✪✪✪ MARAVILHOSO, de Diogo Liberano. Um texto inspirado em Fausto, de Goethe, e desenvolvido em pleno Carnaval carioca, poderia se perder no longo caminho a separar essas referências. Passa longe disso, no entanto, a envolvente montagem com ares de tragédia rodriguiana. Escrito por Diogo Liberano, o drama tem como protagonista Henrique (Paulo Verlings), pai de família […]
✪✪✪✪ MARAVILHOSO, de Diogo Liberano. Um texto inspirado em Fausto, de Goethe, e desenvolvido em pleno Carnaval carioca, poderia se perder no longo caminho a separar essas referências. Passa longe disso, no entanto, a envolvente montagem com ares de tragédia rodriguiana. Escrito por Diogo Liberano, o drama tem como protagonista Henrique (Paulo Verlings), pai de família sem dinheiro para dar de comer a seu filho com Wanda (Carolina Pismel). Sua salvação — ou pelo menos assim ele imagina — é um emprego como assistente do bicheiro Diaz (Márcio Machado), presidente de uma escola de samba do Rio. Duas outras tramas se entrelaçam habilmente a essa: a de um jornalista (Felipe Abib) que investiga o contraventor e a de uma jovem (Debora Lamm) que sonha em ser destaque no Carnaval. A direção de Inez Viana impõe à sessão uma dinâmica intensa. Sua escolha pode soar confusa ou excessiva, mas faz todo o sentido ao ecoar o dionisíaco universo carnavalesco. Mergulhado na proposta, todo o elenco está excelente.