Crítica: Jim
✪✪✪ JIM, de Walter Daguerre. Um dos cantores mais cultuados da história do rock, Jim Morrison (1943-1971), vocalista da banda The Doors, tem entre seus admiradores o ator Eriberto Leão. Ele é o idealizador e a estrela de Jim, impactante espetáculo inspirado no ídolo. Tocada pela rebeldia do homenageado, a montagem dirigida por Paulo de Moraes […]
✪✪✪ JIM, de Walter Daguerre. Um dos cantores mais cultuados da história do rock, Jim Morrison (1943-1971), vocalista da banda The Doors, tem entre seus admiradores o ator Eriberto Leão. Ele é o idealizador e a estrela de Jim, impactante espetáculo inspirado no ídolo. Tocada pela rebeldia do homenageado, a montagem dirigida por Paulo de Moraes escapa à tentação de ser uma simples biografia. Assume ares de concerto cênico, mesclando dramaturgia, poesia e, claro, música. O texto de Walter Daguerre apresenta João Mota, papel de Leão. Fã de Morrison, ele sempre se identificou com as ideias do cantor, mas leva uma vida banal. Diante do túmulo do ídolo, empunhando um revólver, entrega-se a um jogo que seguramente vai matá-lo, quando surge uma misteriosa mulher (Renata Guida). Repleto de questões existenciais, o jorro de citações do texto (do cantor e de poetas que fizeram a sua cabeça, como Rimbaud e Baudelaire) pode ser desnorteante. Costuram essas reflexões onze músicas do The Doors, muito bem cantadas por Leão. Escoltado por três ótimos músicos e iluminado de forma competente por Maneco Quinderé, ele fisga o público com sua entrega.