Crítica: Cruel
✪✪ CRUEL, adaptação de Elias Andreato a partir da obra de August Strindberg (1849-1912). Montado pela primeira vez em 1889, Os Credores foi definido pelo autor, o sueco August Strindberg, como seu trabalho mais maduro. O título é uma referência ao triângulo amoroso formado na trama: uma mulher, seu ex-marido e o atual companheiro, todos, de alguma forma, […]
✪✪ CRUEL, adaptação de Elias Andreato a partir da obra de August Strindberg (1849-1912). Montado pela primeira vez em 1889, Os Credores foi definido pelo autor, o sueco August Strindberg, como seu trabalho mais maduro. O título é uma referência ao triângulo amoroso formado na trama: uma mulher, seu ex-marido e o atual companheiro, todos, de alguma forma, credores afetivos uns dos outros. Ao ser rebatizada de Cruel, a montagem brasileira parece querer centrar as atenções em um dos vértices desse triângulo: o ardiloso Gustavo (Reynaldo Gianecchini), que se aproxima do pintor Adolfo (Erik Marmo) com o objetivo de perturbar o casamento dele com Tekla (Maria Manoella), sua ex-mulher. Nesse jogo psicológico, porém, a direção de Elias Andreato se revela um tanto morna. Some-se a isso a atuação apenas mediana do elenco. Ressalvas à parte, o arguto olhar de Strindberg sobre a natureza do homem fica preservado.