Crítica: As Horas entre Nós
✪✪✪ AS HORAS ENTRE NÓS, adaptação de Joelson Gusson a partir da obra de Virginia Woolf. As Horas Entre Nós confirma que, com uma boa ideia na cabeça e talento na execução, mesmo obras canônicas podem ganhar adaptações com um olhar renovador. A montagem da Dragão Voador Teatro Contemporâneo é uma versão, habilmente assinada e dirigida […]
✪✪✪ AS HORAS ENTRE NÓS, adaptação de Joelson Gusson a partir da obra de Virginia Woolf. As Horas Entre Nós confirma que, com uma boa ideia na cabeça e talento na execução, mesmo obras canônicas podem ganhar adaptações com um olhar renovador. A montagem da Dragão Voador Teatro Contemporâneo é uma versão, habilmente assinada e dirigida por Joelson Gusson, de Mrs. Dalloway, romance da inglesa Virginia Woolf (1882-1941). O mote é o mesmo: a protagonista Clarissa (interpretada por Cris Larin), mulher da alta sociedade, prepara uma festa. O que no original se passava na Inglaterra logo após a I Guerra Mundial é transposto aqui para o Brasil do fim dos anos 70. O paralelo entre esses cenários é pertinente: em ambos, a sociedade vive uma sensação de segurança e até euforia, garantida no primeiro caso pelo fim do conflito e no segundo pelo começo da abertura política. As chagas do passado recente, no entanto, surgem na figura de Septimus (Gusson), amigo de Clarissa, aqui um sujeito que foi torturado pelo regime. Carolina Ferman, Cristina Flores, Leonardo Corajo e Lucas Gouvêa completam o bom elenco.