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Teatro de Revista

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Espetáculos, personagens, bastidores e tudo mais sobre o que acontece na cena teatral carioca, pelo olhar do crítico da Veja Rio

Clássico do teatro gaúcho, Bailei na Curva faz duas apresentações no Rio na quinta (23)

Em 1º de outubro de 1983, estreou em Porto Alegre aquele que se tornaria o maior êxito de público do teatro gaúcho: o drama Bailei na Curva. Escrita por Júlio Conte, também diretor da primeira montagem, em parceria com Cláudia Accurso, Flávio Bicca Rocha, Hermes Mancilha, Lúcia Serpa, Márcia do Canto e Regina Goulart, integrantes […]

Por rafaelteixeira
Atualizado em 25 fev 2017, 18h49 - Publicado em 17 jan 2014, 16h23
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Em 1º de outubro de 1983, estreou em Porto Alegre aquele que se tornaria o maior êxito de público do teatro gaúcho: o drama Bailei na Curva. Escrita por Júlio Conte, também diretor da primeira montagem, em parceria com Cláudia Accurso, Flávio Bicca Rocha, Hermes Mancilha, Lúcia Serpa, Márcia do Canto e Regina Goulart, integrantes do elenco original ao lado de Claudio Cruz, a peça narra a trajetória de sete crianças, todas vizinhas de rua, a partir do golpe militar de 1964. Conforme os personagens vão crescendo, o enredo vai revelando um painel de costumes e ideias da sociedade brasileira até o dia da morte de Tancredo Neves, em 1985, quando a história termina. O espetáculo tornou-se um grande sucesso, e sua primeira turnê realizou 280 apresentações para um público de 150 mil pessoas só no Rio Grande do Sul, antes de partir para outras cidades do país.

Comemorando trinta anos, a bem-sucedida peça ganhou uma remontagem, com novo elenco, que está em turnê. No Rio, o espetáculo repaginado será apresentado em uma duas únicas sessões na quinta (23), no Teatro Bradesco. Novamente no comando da encenação, Júlio Conte escreveu um texto exclusivo para o blog sobre a trajetória de Bailei na Curva. Confiram:

No dia primeiro de abril de 1964, sete crianças de uma mesma rua de Porto Alegre viram o Brasil mudar através do comportamento de seus pais.  O feriado no Dia dos Bobos, para uns golpe militar, para outros  revolução, primeiro de abril ou 31 de março, as versões opacificando a memória e as repercussões daquele dia no país. Este foi o mote para iniciar os ensaios em 1983. Foi na busca destas verdades, buscando preencher as lacunas, atrás das respostas que nossos pais não tinham como no oferecer que Bailei na Curva nasceu. A vida de um país através do olhar de sete crianças que atravessa décadas, que em sua espontaneidade denunciaram da ditadura até os primórdios da redemocratização. A escolha das crianças como foco narrativo possibilitou a leveza profunda na abordagem do tema dos anos de chumbo. Cabe destacar que a peça poderia ser considerada a última da ditadura, mas eu prefiro pensar com a primeira da redemocratização. Pois Bailei é uma peça de esperança, e impregnada de solução coletiva.

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Sua estreia em 1983 foi como um bisturi num abscesso.  O tema pesado tratado com emoção sincera e verdade factual. O maior fenômeno teatral do sul do Brasil e uma das peças mais longevas do teatro brasileiro. Trinta anos permanecendo em cartaz desde estão, com breves descontinuidades.

A peça fez o maior publico da história do Sul, recebeu uma dezena de prêmios, se apresentou em quase todas as cidades do Rio Grande do Sul, excursionou por Santa Catarina, Paraná, Distrito Federal, Mato Matogrosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, participou de inúmeros festivais, viajou para o exterior e, de forma paralela a sua atividade profissional, entrou num circuito de escolas de primeiro e segundo grau, em faculdades de teatro, no currículo escolar, universitário e profissionalizante, e muitos e muitos atores iniciaram suas carreiras em montagens curriculares. Grupos de periferia, de teatro amador e de coletivos universitários encenaram Bailei na Curva, que desta forma se transformou na peça mais encenada do teatro brasileiro com mais trezentas montagens em todos os estados da nação.

Ninguém esperava que Júlio Conte, Márcia do Canto, Flávio Bicca, Claudio Cruz, Lúcia Serpa, Cláudia Accurso, Regina Goluart e Hermes Mancilha, os autores e primeiro elenco, um grupo recém saído da escola de teatro de Porto Alegre, pudesse fazer tal trajetória, milésima apresentação em 2008, milhares e milhares de espectadores e um rastro de paixão e amor desperto pelo teatro.

E hoje, trinta anos, depois, com um novo elenco, sigo fazendo este espetáculo. Agora o público do Rio de Janeiro e de São Paulo, que já assistiu a várias versões deste mesmo texto, tem a oportunidade de  assistir na versão original, com o grupo e a encenação de seu diretor.

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